Istambul: retornar é o melhor elogio

Chifre de Ouro e Ponte de Galata

Chifre de Ouro e Ponte de Galata

Não demorou dez meses e estávamos de volta a Istambul. É como o Élcio mesmo diz: o retorno é o melhor elogio que se pode fazer a um lugar. Desta vez não fomos sozinhos; levamos meus pais e nossa amiga Ana. Perfeito! Pena o André, que nos deu a honra de sua companhia em Roma, na semana anterior, não ter participado deste passeio.

Ah, antes de mais nada, peço que, pelo amor de Deus, não pense na novela das nove como um elemento motivador da nossa viagem! Tenho pavor desses folhetins globais, e as passagens já estavam compradas bem antes do anúncio da Globo de sua mais nova atração, a Salve Jorge.

Planejei o roteiro com base na nossa última viagem a Istambul, em janeiro de 2012, que você pode conferir clicando aqui. Mas tive que fazer várias adaptações ao logo do passeio, pois éramos cinco turistas com propósitos diferentes. Felizmente, deu tudo muito certo. Visitamos as principais atrações, passeamos pelo Bósforo, fomos aos bazares um milhão de vezes, meus pais foram à Capadócia, andamos rápido, andamos devagar, os “sexta-série” riram bastante, bebemos um pouco, comemos quase muito, e por aí foi. Foi e foi ótimo!

Tendo em vista a espontaneidade e flexibilidade do nosso passeio, neste post não discorrerei sobre o nosso roteiro. Mais do que isso, preciso externar minhas impressões e experiências de Istambul, ilustradas na minha mente de maneira caótica, do jeitinho que a cidade é. Sim, um caos, mas, se se organizar, vai perder o charme. De nada ela seria não fossem a complexidade arquitetônica; o horizonte contornado de minaretes, torres e parabólicas; os padrões de tapetes, tecidos, azulejos de İznik, pashminas, cerâmicas e luminárias; as cores e as formas dos condimentos, delícias turcas, grãos e sementes; o voo das gaivotas e as praças cobertas de pombos; o Bósforo e suas embarcações… Que saudade dessa bagunça!

No dia em que chegamos, eu estava felicíssimo. Desde que comecei a escrever este blog, prometi a mim mesmo que seria fiel ao seu nome: Fui e Vou Voltar. A Istambul cumpri a promessa: fui e voltei. E desta vez com um grupo bem especial.

Os mercados da quinta maior cidade do mundo

Chegamos à tarde. Comemos e iniciamos nosso passeio pelo gigantesco complexo de mercados de Istambul, começando pelo Grande Bazar, na entrada da Çadırcılar Caddesi, uma rua hipermovimentada. Quer comprar bugigangas, tecidos, artesanatos, calçados, bolsas, artigos para cama mesa e banho, artigos falsificados e vestidos barangos? Na Çadırcılar e nas infinitas vias que circundam os bazares, você encontrará tudo isso e muito mais.

Çadırcılar Caddesi - Istanbul - Fui e Vou Voltar - Alessandro Paiva

Movimento na Çadırcılar Caddesi

Assim como na Çadırcılar, o movimento no Grande Bazar era frenético. Um pouco experientes com a última ida a Istambul, alertamos nossos companheiros de viagem de não se deslumbrarem com as compras naquele mercado. Isso porque a cidade possui uma infinidade de lugares com preços que podem variar bastante, portanto, dar uma olhadinha com fins de orçamento é fundamental. É claro que os comerciantes não deixam o visitante em paz, tentando uma venda a qualquer custo, mas o turista tem que resistir. Em meio a cerâmicas, tecidos, luminárias, tapetes, joias e tantos outros estímulos visuais e consumistas, o Grande Bazar é uma tentação.

Dica - Fui e Vou Voltar - Alessandro PaivaEntão, caro amigo turista, se você for a Istambul, somente depois de decidir o que vai comprar e já com uma ideia dos preços, caia matando nas compras. É claro que irá precisar de um tempinho na cidade para poder rodar pelos mercados, mas são raras as pessoas que não conseguiram repetir a ida em cada bazar. Na primeira vez que fomos lá, por exemplo, achamos os preços do Bazar Egípcio mais baixos, porém, desta vez, graças às técnicas de pechincha da Ana, conseguimos ótimas barganhas no Grande Bazar. Simples, então: pesquisa + preço baixo + pechinha = ótimo negócio.

Grand Bazaar - Istanbul - Fui e Vou Voltar - Alessandro Paiva

Movimento no Grande Bazar

Fiquei impressionado com os estratagemas dos comerciantes turcos para atrair nossa atenção. Em janeiro, tive a impressão de que quase ninguém falava inglês, mas, desta vez, eles estavam até arranhando o português. Juro! Uns diziam apenas “Curitiba”, “São Paulo”, “Minas Gerais” ou “Rio de Janeiro”. Outros tentavam frases mais curtas. A maioria, porém, dizia “Alex de Souza“, nome do jogador brasileiro de futebol que foi vendido ao Fenerbahçe e ficou por lá alguns anos, tornando-se ídolo. Se algum turco lhe disser “Alex de Souza”, é porque gostou muito de você.

Saímos do Grande Bazar em direção ao Bazar Egípcio, conhecido, também, como Bazar das Especiarias. No caminho, minha mãe e a Ana lembraram que precisariam cobrir suas cabeças para visitar as mesquitas. (Não vi nenhuma repreensão à mulher com cabeça descoberta, mas, se o costume prega assim, por que não respeitar? No mais, é ótimo fazer a linha cidadão local.) Bem, assim elas fizeram, compraram suas pashminas. Para aprender a utilizá-las, pedimos auxílio a uma comerciante que usava uma. Que menina linda! Mais lindo ainda foi quando ela ajeitou a pashmina na Ana, olhou para nossa colega e lhe disse: “You are so beautiful”.

Ana e moça turca - Istanbul - Fui e Vou Voltar - Alessandro Paiva

Ana e moça turca em loja próxima aos bazares

Chegamos ao Bazar Egípcio, que também estava lotado. Impossível não comprar alguma coisa, mesmo na “fase de orçamento”.

Bazar Egípcio - Istanbul - Fui e Vou Voltar - Alessandro Paiva

Bazar Egípcio

Esse bazar é bem menor que o Grande Bazar, mas não deixa nada a desejar. Por ser pequeno, percebe-se a variedade de artigos com mais facilidade. Mesmo sendo voltado ao comércio de especiarias, vende-se de luminárias a pashminas.

Egipcio

Bazar Egípcio

De uma maneira geral, os artigos em Istambul são bem baratos. Ótimo! Mas, no meu caso, isso é uma armadilha. De barato em barato, o todo sai caro. Na verdade, passei da hora de controlar meu instinto consumista, herdado da minha mãe, que lá comprou horrores! Eu era, inclusive, muito bom em me conter, até que o Élcio, em uma viagem que fizemos a Paris, em janeiro de 2010, disse que eu deveria parar de me repreender e ser mais feliz. Desde então, a sabedoria do meu amigo ficou impregnada nos impulsos que controlam o que entra e sai da minha carteira. Gasto mesmo! Vou enxugando as cédulas até a última moeda. Já cheguei ao ponto de ter que comprar um cafezinho com cartão de crédito! Enfim, isso não é bonito, mas que me faz feliz, faz. E, no final das contas, não fico devendo nada a ninguém.

Controlando-me ou não, o importante é que Istambul é bem em conta, e, comparando seus custos com os das capitais brasileiras, a gente se diverte com menos ou bem menos dinheiro. Amo Istambul!

Istambul multitexturizada

Uma cidade que não forma uma imagem única nas nossas mentes é provavelmente insípida. Defino imagem única como aquela forma, quase sempre distorcida, que vem às nossas mentes em uma fração de segundo quando pensamos em um local. Não é a mesma coisa que dizer que, quando se pensa em Nova Iorque, lembra-se da Estátua da Liberdade. Isso é uma visão pontual. Exemplificando: na minha impressão, a imagem única que faço de Nova Iorque é um aglomerado acinzentado e indefinido de arranha-céus pontiagudos, muito iluminado e dinâmico. É mesmo abstrato, indefinido, não pontual e individual.

A imagem única que tenho de Istambul pode ser ilustrada como uma textura caótica. É inevitável. Basta dizer o nome da cidade para eu sobrepor na minha cabeça uma massa de prédios desordenados com suas parabólicas; de gaivotas que cruzam os ares cortados pelas silhuetas das mesquitas e que povoam o Bósforo lotado de embarcações; de louças, luminárias, pashminas, condimentos, delícias turcas e demais artigos vendidos nos bazares; de azulejos, painéis, tapetes e mosaicos; de romãs, maçãs e laranjas; de pescadores e suas varas que riscam a balaustrada otomana da Ponte de Galata; e de zilhões de pessoas e veículos que atravessam os principais pontos da cidade. Misture isso tudo e entenda a minha visão.

Istambul vista do Topkapi

Profusão arquitetônica em Istambul, vista do Topkapı. Destaque para a Torre de Galata

Telhados repletos de antenas parabólicas

Telhados repletos de antenas parabólicas

Especiarias no Bazar Egípcio

Especiarias no Bazar Egípcio

Prateleira de pashminas, no Bazar Egípcio

Prateleira de pashminas, no Bazar Egípcio

Cerâmicas no Bazar Egípcio

Cerâmicas, no Bazar Egípcio

Luminárias no Grande Bazar

Luminárias, no Grande Bazar

Você pode estar achando esse papo de imagem única um tanto afetado, mas não tenho outra maneira para descrever esta coisa abstrata, que muito me fascina. E não diga que fumei um cigarrinho de artista, por favor! Istambul é realmente uma viagem. O máximo que aspirei por lá foi um delicioso narguilé, que, se disserem para você que é inofensivo, é mentira! Tem tabaco na mistura e é quarenta vezes mais forte que o cigarro. Mas uma ou duas fumadinhas não fazem mal. É cheiroso e relaxante.

Tráfego de veículos pela Ponte de Gálata

Tráfego de veículos pela Ponte de Galata

Pescadores ao longo da Ponte de Galata

Pescadores ao longo da Ponte de Galata

Barco-peixaria, no Chifre de Ouro

Barco-peixaria, no Chifre de Ouro

Tapeçaria da Mesquita Nova

Tapeçaria da Mesquita de Süleymaniye

Tela que delimita o Salão de Orações, na Mesquita Nova

Tela que delimita o Salão das Orações, na Mesquita de Süleymaniye

Padrão em parede, no Museu do Quiosque Esmaltado

Padrão em parede, no Museu do Quiosque Esmaltado

Arte otomana no teto da Sala da Câmara do Conselho Imperial, no Topkapi

Arte otomana no teto da Sala da Câmara do Conselho Imperial, no Topkapı

Teto do Pavilhão Baghdad, no Topkapı

Teto do Pavilhão Baghdad, no Topkapı

Deësis

Mosaico Deësis, na Santa Sofia

Laranjas, maçãs e romãs

Laranjas, maçãs e romãs

Pombos na Coluna Queimada

Pombos na Coluna Queimada

Desconstruindo a imagem única que faço de Istambul, destaco as gaivotas, salpicadas por toda parte, seja de noite ou de dia. E como disse a Ana, vida de gaivotas é muito boa. Primeiro, porque elas voam. Segundo, porque elas têm o Bósforo inteirinho para caçar seu alimento, disponível na hora em que quiserem. Terceiro, podem passear pelas mesquitas, torres e diversos monumentos da cidade sem ser importunadas ou impedidas. Quarto, porque são todas iguais, não existe uma magra, gorda, feia ou bonita, muçulmana ou cristã, portanto não há discriminação ou dificuldade em encontrar um(a) parceiro(a). Quinto, porque moram em Istambul.

Gaivotas aproximam-se da nossa embarcação, no Bósforo

Gaivotas aproximam-se da nossa embarcação, no Bósforo

Gaivota vista da Torre de Gálata

Gaivota vista da Torre de Gálata

Já vi gente não se empolgar quando vê alguma fotografia da cidade. Mais do que ser vista em fotos, Istambul é para ser vivida. Torço para que você consiga ir lá algum dia. Assim, entenderá minha viagem, nos dois sentidos.

O espetacular cruzeiro pelo Bósforo

Eu poderia dizer que ir a Istambul sem fazer o cruzeiro pelo Bósforo, também conhecido como Estreito de Istambul, é um pecado. Se esse não é o meu passeio predileto, está em segundo lugar. A viagem consiste em uma travessia pelo estreito, que se inicia no Chifre de Ouro, bem próximo ao Mar de Mármara, e vai até Anadolu Kavaği, ponto de retorno.

Passeio pelo Bósforo

Passeio pelo Bósforo

Durante o cruzeiro, percebe-se o tanto que a cidade é enorme. Uns dizem que são 14 milhões de habitantes, outros já rebatem com 20 milhões. Eu acho que são 400 zilhões! Istambul não acaba! A balsa segue, segue, segue, segue, e o aglomerado de casas, prédios, palácios e mesquitas não termina. Que paisagem fascinante! Tudo isso sempre ornado pelas grandes embarcações e pelo voo das gaivotas, que de vez em quando se aproximam dos barcos para dar o ar de sua graça. E que graça!

A balsa parte do porto de Eminönü às 10h35, passando por outros portos, onde os turistas podem embarcar ou desembarcar. Na viagem de janeiro, orientados pelo guia do Lonely Planet, chegamos ao porto com 45 minutos de antecedência. Só assim conseguimos um assento com vista privilegiada para o lado direito do Bósforo, que, na ida, contempla a parte asiática de Istambul. Para o retorno, fizemos igual. Nos antecipamos e assentamos na mesma lateral, dessa vez com vista para a parte europeia.

Já nesta viagem, chegamos um pouco atrasados e não conseguimos um bom lugar para assentar. Porém, um pouco mais tarde, descobrimos que a melhor coisa a se fazer é ficar na entrada da balsa, bem na balaustrada.

Dica - Fui e Vou Voltar - Alessandro PaivaA entrada da balsa é um local onde praticamente ninguém fica. É bem próxima à água, e não tem nada adiante que impeça o turista de admirar a bela vista e fazer as melhores fotografias. E se ele quiser ver o outro lado de Istambul, basta atravessar sete metros da embarcação, e a outra entrada estará praticamente livre para as mais belas paisagens e para tantas outras fotos maravilhosas. Nessa parte não há assentos, mas, se o viajante quiser descansar as canelas um pouco, é só entrar na parte fechada da balsa, a uns três metros dali, onde tem sempre lugar para se assentar. Fazíamos muito isso, além das idas à cafeteria para um café ou para alguma outra bebida. Hum, que saudade! Quando retornávamos à balaustrada da entrada, lá estava nosso lugar predileto. E dá-lhe mais fotos! Portanto, amigo turista, se você quiser navegar pelo Bósforo o tempo todo assentado, com uma visão limitada a apenas um lado de Istambul, chegue 45 minutos antes de embarcar. Mas, se quiser ver a cidade do melhor ponto de vista, no lado que bem entender, com mobilidade, assentos, cafezinho e banheiro, chegue apenas no horário. Sejamos prudentes: uns dez minutos antes de partir está de ótimo tamanho.

Fortaleza de Rumeli, no lado europeu de Istambul

Fortaleza de Rumeli, no lado europeu de Istambul

Ponte Fatih Sultão Mehmet e o lado europeu de Istambul

Ponte Fatih Sultão Mehmet e o lado europeu de Istambul

Embarcação no Bósforo

Embarcação no Bósforo

Embarcação no Bósforo

Embarcação no Bósforo

Embarcação ancorada no lado europeu do Bósforo

Embarcação ancorada no lado europeu do Bósforo

A parada em Anadolu Kavaği, vilarejo próximo ao Mar Negro, é obrigatória e a última do cruzeiro. O turista permanece lá por umas três horas e meia antes do retorno da balsa. E lá se encontra o Yoros Kalesi, ou Castelo Genovês. Esta fortaleza é o ponto alto do passeio em Anadolu Kavaği e, trocadilhos à parte, também o ponto mais alto de lá. E põe alto nisso! Em janeiro, para chegarmos ao castelo, eu e o Élcio subimos uma ladeira megainclinada, seguida de uma generosa escadaria e, por pouco, de um enfarto. Mas, como era de se esperar, compensou demais, pela paisagem durante o percurso. Já nesta segunda ida ao castelo, fizemos diferente, o que também compensou bastante. Juntamos os cinco em um táxi e percorremos todo o trajeto da subida sem cansar (não diga!), chegando lá no topo antes de todo mundo. Quando se sobe a pé, chega-se junto a tantos outros turistas. Eles rapidinho infestam o local e ocupam os melhores locais para espiar a beleza do lugar, além de atrapalharem a composição das fotos. Sou turista, graças a Deus, mas essa espécie, quando se aglomera, é f…%$#@!

Como chegamos antes dos demais visitantes, o local estava deserto. O taxista nos deixou num ponto onde existia um mirante com vista para o Mar Negro. Olha, foi espetacular! Lá havia alguns cães, que nos recepcionaram muito bem, minha mãe que o diga. Em seguida, essas criaturas simpaticíssimas cederam o local onde espaireciam ao sol para que pudéssemos apreciar o mar da melhor maneira.

Cachorro no mirante, com Mar Morto ao Fundo, em Anadolu Kavağı

Cachorro no mirante, com Mar Negro ao fundo, em Anadolu Kavağı

Mar Negro ao fundo. Em uma ponta tem-se a Europa e na outra a Ásia

Mar Negro ao fundo. Em uma ponta está a Europa e na outra a Ásia

Depois de trilhões de fotos no mirante, seguimos até a fortaleza do Castelo Genovês, logo ao lado.

Castelo Genovês, em Anadolu Kavağı

Castelo Genovês, em Anadolu Kavağı

Em janeiro, entramos na fortaleza do castelo, mas desta vez o monumento estava fechado para restauração. Entretanto isso não fez a visita ao local ser menos bacana. Pudemos circundar parte do castelo e avistar o Mar Negro de vários pontos.

Permanecemos na fortaleza por meia hora, tempo que o taxista estabeleceu para ir nos buscar. Foi mais do que suficiente. Em seguida, descemos para o vilarejo e almoçamos ali. Preciso ressaltar que detesto peixe, e onde quer que se vá em Anadolu, lá estão os pescadores, os restaurantes especializados em peixe, as barraquinhas de peixe, o cheiro de peixe e os gatos. Felizmente, não comi peixe.

Élcio experimenta peixe feito na hora, em Anadolu Kavağı

Élcio experimenta peixe feito na hora, em Anadolu Kavağı (Foto: Ana Paula)

Embarcamos para o retorno a Istambul. Posicionei-me na entrada da balsa e… advinhe! Mais uma vez, fui privilegiado com a melhor vista das margens da cidade. Para os que gostam ou são tarados por fotografia, essa é a melhor parte do passeio. Se você fizer o cruzeiro pelo Bósforo, no retorno, fique agarrado no lado direito da balsa. Não saia de lá por nada, porque as cenas que você irá ver serão deslumbrantes. Trata-se da Istambul de sempre, mas coroada com um pôr do sol “felomenal”!

Ponte Fatih Sultão Mehmet

Ponte Fatih Sultão Mehmet

Fazia frio, e apreciar a cena acima degustando um cafezinho, não teve preço (2 liras turcas).

Bosforo

Embarcação ancorada no Bósforo

Por-do-sol visto do Bósforo, com destaque para a Torre de Gálata

Por-do-sol visto do Bósforo, com destaque para a Torre de Gálata

Meu pai é tão tarado por fotografia como eu, então era impossível permanecermos em um só lado da balsa. Entre um pôr do sol e outro, registrávamos esse espetáculo natural alternando fotos de paisagens arquitetônicas e de embarcações que passavam rentes à balsa. E o tanto de foto para o perfil do Facebook que eu e a Ana fizemos! Sempre com um monumento atrás, tentando captar a felicidade de estarmos ali. Ensaiávamos sorrisos, expressões de modelo ou cara de quem não sabe que está sendo fotografado. Aliás, este último tipo quem faz muito bem é meu pai. 🙂

Mesquita Nova vista do Bósforo

Mesquita Nova vista do Bósforo

Que passeio espetacular! E não há cruzeiro pelo Bósforo que termine sem que depois se dê uma passadinha no Bazar Egípcio, que fica bem de frente para o porto de Eminönü. Haja bugiganga e vontade de comprar!

Nada como um dia descompromissado

Meus pais foram para a Capadócia em uma excursão de dois dias. Eu, a Ana e o Élcio decidimos ficar em Istambul. Estou até ouvindo você dizer: “Como assim! Ir à Turquia e não conhecer a Capadócia”. O fato é que havíamos combinado dessa maneira. Ficaríamos só em Istambul, pois nosso orçamento era limitado (uma bela maneira de se dizer que está sem dinheiro). No mais, pretendemos voltar a Istambul. Quem sabe com mais grana e uma chegada não somente à Capadócia, mas também a Pamukkale, a Éfeso e ao que mais tivermos direito?!

Então decidimos afrouxar. Éramos menos pessoas, estávamos um pouco cansados da correria e queríamos ver Istambul sem compromisso. Acordamos mais tarde, e a Torre de Galata seria a primeira atração do dia. Pegamos o tram, descemos em Eminönü, atravessamos a Ponte de Galata e iniciamos a subida até a torre pela Hacı Ali Sokak, uma viela. Viramos à esquerda na Camekan Sokak, e, mais adiante, entramos numa cafeteria bem simpática chamada Cherry Bean Coffees. Tomamos um café expresso e comemos um biscoito de gengibre que pareciam estar aditivados com serotonina. Que sensasão boa! A viagem, que começara em Roma; o dia que ainda estava por acontecer; a companhia daquelas pessoas tão especiais e o que viria em seguida; tudo ficou muito melhor. E que barista simpática aquela do Cherry Beans! Que café gostoso! Que biscoito delicioso! É, ali serviam serotonina.

afé espresso com biscoito de gengibre na Cherry Beans Coffees

Café espresso com biscoito de gengibre na Cherry Beans Coffees

Cherry Beans Coffees

Cherry Beans Coffees, na Camekan Sokak (Foto: Ana Paula)

Do café seguimos para a Torre de Galata, que ficava logo adiante. No entanto, algumas lojinhas nos impediam de continuar caminhando num ritmo contínuo. Estávamos tão relaxados, felizes e sem compromisso que o resto do dia teria que esperar. Depois de “nos arrastarmos” um bocado por aquelas vielas, chegamos à torre.

Outro pecado em Istambul é não subir na Torre de Galata. Dali se tem a melhor vista da cidade em 360º, e a abordagem das gaivotas parece ser ensaiada. Infelizmente, naquele dia, não havia nenhuma, mas na viagem passada, em janeiro era impossível fazer uma foto sem que uma ave não compusesse a cena.

Mesquita Süleymanyie, vista da Torre de Gálata

Mesquita de Süleymanyie, vista da Torre de Galata

Palácio de Topkapı, visto da Torre de Gálata

Palácio de Topkapı, visto da Torre de Galata

Torre de Beyazıt, vista da Torre de Gálata

Torre de Beyazıt, vista da Torre de Galata

Da torre seguimos em direção à İstiklal Caddesi. Mais uma vez estávamos nos arrastando pelas redondezas, atraídos por tudo no caminho, sejam pessoas, lojas, bares, restaurantes, gatos. Aliás, se você não gosta de gatos, sinto muito. Istambul é lotada deles.

Gato em vitrine de loja na Galip Dede Caddesi

Gato em vitrine de loja na Galip Dede Caddesi

Tendo em vista a nossa saudável falta de compromisso com o roteiro do dia, deixo a dica:

Dica - Fui e Vou Voltar - Alessandro PaivaQue tal conhecer Istambul com um roteiro bem planejado, mas deixando pelo menos um dia para andar sem compromisso? Descobrimos que essa é uma das melhores maneiras de observar as pessoas e seu dia a dia, de saciar um pouco as curiosidades e de ser surpreendido por um monte de coisas. E já com esse dia descontraído reservado, que tal um roteiro mais detalhado pela região no entorno da Torre de Galata, subindo suas ruas estreitas e terminando com uma tarde de compras na movimentadíssima İstiklal? Mas não se esqueça de reservar outros dias, ou melhor, outras noites para retornar a essa avenida. Ali existe uma infinidade de bares e restaurantes para todos os gostos, bolsos e astrais.

Ainda na İstiklal a generosa dose de serotonina ingerida no Cherry Beans fazia efeito. Admiramos o bonde, que passava toda hora; assistimos a apresentações de artistas que tocam e cantam nas ruas da cidade, inclusive compramos o CD da banda Light in Babylon; eu e a Ana compramos calças de todas as cores, com preços excelentes; o Élcio tentou comer um galeto, mas não encontrou; visitamos a Santo Antônio de Pádua, uma igreja católica muito bonita, meio escondida nas badalações da avenida, e, depois de tantas pequenas aventuras, a Ana finalmente provou as delícias turcas, que para ela não estavam nada deliciosas. É, gostar das delícias turcas é complicado, embora o nosso caro Eduardo pense o contrário. Ele também esteve em Istambul e, ao contrário de 90% do resto do mundo, adorou os doces de lá, principalmente a baklava, uma espécie de pastel recheado com uma pasta de nozes, envolvido em massa filo e banhado (encharcado) em xarope ou mel. Enjoança!

Bonde passa pela Istiklal

Bonde passa pela İstiklal

Banda Light in Babylon, na İstiklal

Banda Light in Babylon, na İstiklal (Foto: Ana Paula)

Igreja de Santo Antônio de Pádua

Igreja de Santo Antônio de Pádua

Jesus Cristo! Já eram seis da tarde! Nos arrastamos tanto que não vimos o tempo passar! Como voltar para o hotel? O trânsito estava caótico, e, para piorar, carregávamos várias sacolas. A solução foi simples: já que estávamos ali, por que não ficar? Tinha restaurante, bar, pessoas bonitas como nós, conversa para se jogar fora e uma noite bem longa adiante.

Ana e Élcio, no Mavi, bar na Nevizade Sokak

Ana e Élcio, no Mavi, bar da Nevizade Sokak

Realmente a noite foi longa… Como jogamos conversa fora, como éramos bonitos! 😀 Especialmente após algumas Efes e alguns bons drinques.

Adoração à Efes, no Mavi

Adoração à Efes, no Mavi

Ana e Élcio ensaiam um coração, no Mavi

Ana e Élcio ensaiam um coração, no Mavi

Bebíamos, comíamos, amávamos e nos divertíamos.

Adoracão ao dia e aos amigos

Adoracão ao dia e aos amigos

Sejamos um pouco sinceros, e nisso a bebida ajuda: nem tudo são amores. Um gesto malcriado para quem não gosta da gente ou de Istambul. Outro gesto um pouco mais malcriado para alguns taxistas de lá.

Gesto obsceno, no Mavi

Gesto obsceno, no Mavi

A “sexta-série” até esboçou uma brincadeira infame. Élcio, que coisa feia, a Ana é mocinha!

Brincadeira infame, no Mavi

Brincadeira infame, no Mavi

Felizmente, nesta viagem o trio contou com um membro da sétima-série (eu, é claro!), que não era muito, mas um pouco mais responsável, que, de vez em quando, intervinha nas manifestações de imaturidade. Tá me achando careta? Ande de táxi com esses dois para você ver! Enquanto eles riam de enfartar no banco de trás, eu tinha que fazer uma cara fechada, sisuda no banco da frente, demonstrando que não era conivente com a bobajada, evitando um surto dos taxistas. Lembro-me, inclusive, de um dia em que pegaram um táxi de volta para o hotel, só os dois. Era madrugada. No caminho, o veículo em que estavam foi parado em uma blitz. Fiquei sabendo que teve gente que pegou e colou o passaporte aberto no vidro lateral do táxi, pois a outra pessoa procurava o próprio documento de viagem desesperadamente, achando que o havia deixado no hotel. Afe!

A noite, ou melhor, a jornada foi ótima! E pensar que o dia seguinte também seria mais ou menos no mesmo esquema, meio sem rumo, indefinido. Iríamos ao lado asiático e aonde mais desse tempo.

Meus pais na Capadócia

Meus pais, na Capadócia

Meus pais, na Capadócia

Meu pai queria porque queria ir à Capadócia! Antes de partirmos para Istambul, não falava de outra coisa, senão da Capadócia. Como ele tomou essa decisão em cima da hora, nenhuma agência daqui de Belo Horizonte se “esforçou” em retornar meus pedidos de orçamento. Não custava nada me responderem os e-mails, pois havia disponibilidade nos voos e hotéis, mas acredito que isso não valia a pena para os agentes, afinal de contas eles não me deram a mínima. Ignoraram-me, com força! É nessas horas que os clientes começam a se virar sozinhos e dão uma banana para esse povo.

Enfim, tudo deu certo. Assim que chegamos a Istambul, a primeira coisa que perguntamos à recepcionista do hotel foi sobre a ida à Capadócia. Em dez minutos já estava tudo resolvido. Embora meus pais tivessem comprado o passeio com apenas dois dias de antecedência, havia disponibilidade de voo e de hotel, e eles ainda pagaram bem menos do que se tivessem comprado o mesmo pacote aqui em Belo Horizonte, com direito a um guia que falava português, passeio de balão com champanhe e tudo mais. Não sei se posso considerar isso uma dica, pois não quero que os turistas brasileiros deixem para comprar seus pacotes em cima da hora, correndo o risco não haver disponibilidade. O fato é que, da forma como meus pais fizeram, deu certo e foi muito fácil. À Capadócia foram e voltaram felizes, sãos e salvos. E adoraram!

Capadócia

Capadócia (Foto: Gilberto Paiva)

Capadócia

Capadócia (Foto: Gilberto Paiva)

Passeio de balão, na Capadócia

Passeio de balão, na Capadócia (Foto: Gilberto Paiva)

O lado asiático

Existe muito marketing na venda de pacotes turísticos para Istambul. O apelo é quase sempre ao exotismo, entretanto, como em toda grande metrópole turística, a cidade acaba se adaptando para receber o visitante com uma abordagem que foge um pouco dos seus costumes. O lado europeu, bem mais ocidentalizado, é, sem dúvidas, o mais encantador; mas o lado asiático, que creio não ser muito visitado por turistas estrangeiros, possui uma cultura mais pura, sem tantas interferências das demandas turísticas. O exotismo internacionalizado dos mercados, museus, restaurantes e mesquitas do ocidente dá lugar a uma atitude bem mais conservadora no oriente. Neste lado, o comércio, por exemplo, é totalmente voltado para o cidadão local, sem os trejeitos do vendedor do lado europeu, que, com todo traquejo, detecta nacionalidades e possui minidiscursos ensaiados em várias línguas.

Lado asiático de Istambul

Comércio no lado asiático de Istambul

Para se ter noção do contraste entre os dois lados, basta arriscar uma ida à mesquita Karadavud Paşa, que fica de frente para o Bazar de Mimar Sinan, próximo ao porto de Üsküdar, no lado asiático. Eu, o Élcio e a Ana até chegamos à entrada dessa mesquita, mas era tudo tão tradicional e tão sério que tínhamos certeza de que daríamos manota, com direito a advertência e, quem sabe, a um convite para nos retirarmos dali. Posso estar exagerando, mas toda a estrutura e sinalização voltadas para o turista no lado europeu inexistiam naquela parte asiática. Aí as coisas ficavam um pouco mais “assustadoras”. Foi nesse temor que residiu a emoção do nosso passeio naquela manhã. Estranhamente, foi ótimo nos sentirmos peixes fora d’água.

Lado asiático de Istambul

Lado asiático de Istambul

Embora com menos expressão, o lado asiático é recomendado nos passeios turísticos, com atenção especial à Torre de Leandro e às mesquitas de Şemsi Paşa, de Ayazma, de Ahmediye, de Atik Valide e de Çinli. Mas a minha atração predileta dali não está nos guias turísticos nem nas revistas de viagem. Trata-se do Küp Projesi, um projeto que garante emprego e renda a algumas senhoras daquela região que fabricam e vendem bijuterias, roupas de cama, mesa e banho, cerâmicas, entre outros artesanatos. Os preços são ótimos, e o esforço delas em vender suas manufaturas é encantador. Compramos bastante! O projeto está instalado em um mercado flutuante localizado ao lado do porto de Üsküdar.

Torre de Leandro, no lado asiático de Istambul

Torre de Leandro, no lado asiático de Istambul

Para ir à parte asiática de Istambul, basta pegar a balsa em Eminönü, que sai de meia em meia hora, numa viagem que dura em média 15 minutos. E não se esqueça de dar uma força às senhoras do Küp Projesi, por favor!

Élcio caminha às margens asiáticas do Bósforo, na Üskudar Harem Sahil Yolu

Élcio caminha às margens asiáticas do Bósforo, na Üskudar Harem Sahil Yolu

As mesquitas de Istambul

O horizonte de Istambul não seria o mesmo sem o contorno das mesquitas com seus minaretes. Beleza à parte, são um show de cultura, tradição, fé e história. Aonde quer que se vá, lá está uma mesquita, afinal de contas são 2.000 espalhadas pela cidade.

Embora em janeiro eu e o Élcio não tivéssemos visitado boa parte das principais mesquitas, dessa vez preferimos repetir a ida às mais bacanas, mesmo porque meus pais e a Ana ainda não conheciam nenhuma.

Quando se vai a Paris, logo se quer ir à Torre Eiffel, certo? Em Istambul, a ansiedade é voltada para a Mesquita de Sultanahmet, a principal e mais suntuosa de todas, também conhecida como Mesquita Azul.

Mesquita de Sultanahmet, também conhecida como Mesquita Azul

Mesquita de Sultanahmet, também conhecida como Mesquita Azul

A Mesquita Azul é apelidada assim devido aos seus maravilhosos azulejos de İznik e vitrais, todos azulados. Preciso dizer que discordo dessa associação, pois os azulejos são, em boa parte, avermelhados, e os vitrais, multicoloridos. Para “desazular” o ambiente, a tapeçaria é predominantemente vermelha.

Interior da Mesquita Azul

Interior da Mesquita Azul

Interior da Mesquita Azul

Interior da Mesquita Azul

Enfim, seja Mesquita Azul, Mesquita Vermelha ou Mesquita Multicolor, a Sultanahmet é espetacular! Exceto pelo chulé. Istambul é uma mescla de inigualáveis sensações olfativas, todas sempre agradáveis, mas o chulé da Mesquita Azul é fueda! É único! É úmido! Oh, Alá, por favor, leve aquelas almas, porque seus pés já se foram desde Bizâncio! Turistas de todas as partes lotam a mesquita, e, como sabemos, para entrar nesses templos, é preciso que se tirem os sapatos. Ai, ai! Aí o chulé se torna uma mistura de pés turcos, latinos, americanos, europeus, asiáticos, africanos, oceânicos…

E por falar em tirar os sapatos…

Dica - Fui e Vou Voltar - Alessandro PaivaAo visitar uma mesquita, preste atenção a alguns detalhes para que se preserve a atmosfera sagrada:

1º) Como eu já disse, é necessário tirar os sapatos. Na maioria das mesquitas, são distribuídos sacos plásticos para que o turista porte seus calçados enquanto faz a visita. Em outras mesquitas menores, os pisantes ficam na entrada. Mas não se preocupe, ali não é Brasil. Ninguém os rouba.

2º) As mulheres devem utilizar um lenço para cobrir a cabeça. Se não portam o próprio lenço, algumas mesquitas emprestam o adorno, pedindo apenas uma doação. Na verdade, não sei qual é a exata exigência do uso do lenço, porque vi muitas mulheres com a cabeça descoberta, entretanto é importante respeitar os costumes. Minha mãe e a Ana ficaram lindas! 🙂

3º) Trajes sumários ou justos no corpo também não são bem-vistos. Cobrir as partes expostas, como decotes, e usar roupas mais soltas, como batas, saias indianas e calças boca de sino (ui!), são de bom-tom.

4º) Se a novela da Globo mostra atrizes lindas com maquiagens exuberantes, acreditem, é MENTIRA! No islamismo não se usa maquiagem excessiva. Vá de rostinho limpo então.

5º) Atenção aos horários de funcionamento, lembrando que os sermões acontecem nas sextas-feiras, dia em que a comunidade islâmica se reúne precisamente ao meio-dia.

6º) A lei islâmica (charia) estabelece que os homens e as mulheres devem ocupar posições separadas no salão das orações. Mais especificamente, as mulheres devem ficar atrás dos homens. Não sei bem ao certo como esse espaço é delimitado, mas bastou a Ana pedir para eu tirar uma foto dela bem na frente do salão das orações para que um segurança se aproximasse e pedisse que ela se retirasse dali, mas de uma maneira bem educada, devo destacar. A carinha dela na foto ficou fofa, embora estivesse no lugar errado.

7º) E se, entre uma visita e outra às mesquitas – ou mesmo uma passada por fora –, você resolver incrementar o astral do seu passeio com uma cervejinha ou qualquer outra birita… puó puó puóóó!… Não se vende esse tipo de bebida nos arredores das mesquitas. E se são 2.000 delas, em 2.000 locais de Istambul não se pode beber. Coitado do turco!

Minha mãe de lenço, em Sultanahmet

Minha mãe, pronta para entrar na Mesquita de Sultanahmet

Mais do que a Sultanahmet, gostei da Mesquita de Süleymaniye, ou Mesquita de Solimão, o Magnífico, hoje a maior de Istambul e uma das obras-primas do arquiteto Mimar Sinan, que se encontra enterrado ali. Seu pátio é imenso e, como está localizada no topo de uma das sete colinas de Istambul, a vista para o Bósforo e para o outro lado do Chifre de Ouro é espetacular.

Mesquita de Süleymanyie

Mesquita de Süleymanyie

Torre de Gálata vista da Süleymaniye

Torre de Gálata vista da Süleymaniye

Entre as principais mesquitas da cidade, além da Mesquita Azul e da Mesquita de Süleymaniye, indico a visita à Mesquita Nova, à pequenina Rüstem Paşa, à Şehzade Mehmet, à Molla Zeyrek, à Fatih, à Ortaköy, à Nuruosmaniye e a todas aquelas do lado asiático já citadas neste post.

Mesquita Nova

Mesquita Nova

Ana, no Salão das Orações da Mesquita Nova, antes de ser advertida

Ana, no Salão das Orações da Mesquita Nova, antes de ser advertida

É, são muitas mesquitas! Por isso sugiro que as visitas a essas atrações sejam bem dosadas ao longo da viagem, senão o passeio fica maçante. Chega a um ponto em que elas se tornam repetitivas, e, se o turista resolve ir a várias, em um dia só, banalizam-se séculos de história e tradição.

A visita à Santa Sofia é tão imprescindível quanto a visita à Mesquita Azul. Também conhecida como Hagia Sophia, foi uma igreja cristã construída em 537, tendo sido, em 1453, convertida ao Islã. Em 1931 deixou de ser mesquita e em 1935 se transformou em um museu. É considerada uma das maravilhas da arquitetura e realmente merece ser visitada! É gigantesca!

Santa Sofia, também conhecida como Hagia Sophia

Santa Sofia, também conhecida como Hagia Sophia

O mais interessante da Santa Sofia é quando nela se percebem traços muçulmanos e cristãos misturados em vários detalhes. Em sua época cristã, seu interior era todo decorado com lindíssimos mosaicos. Com a conversão ao islamismo, esses mosaicos foram cobertos com uma espécie de argamassa, que deu lugar a pinturas no estilo bizantino. Para mostrar toda essa diacronia, foram restaurados vários mosaicos e também preservada a decoração islâmica. Acredito que, se os mosaicos fossem totalmente recuperados, muito da arte muçulmana teria que ser destruída, o que seria muito prejudicial para a história da igreja-mesquita. Então, preferiu-se sincretizar o espaço, preservando traços das duas religiões.

Interior da Santa Sofia.

Interior da Santa Sofia. Islamismo e cristianismo se misturam

Santa Sofia

Santa Sofia

Precisamos falar de comida

Sempre digo que amo comer. Como demais! Beiro a falta de educação, embora meus pais tenham me ensinado bons modos. E, quando viajo, dou-me o direito de comer o quanto quiser, afinal de contas, preciso desfrutar o que as regiões têm para me oferecer em termos de culinária. Além disso, as longas caminhadas turísticas demandam uma boa quantidade de combustível, nesse caso comida.

Eu até achava que era fresco para comer, mas não. Tenho restrição apenas a carnes exóticas, frutos do mar e alimentos gosmentos. Em Istambul, foram raríssimas as vezes em que fiquei insatisfeito com uma refeição. É claro que algumas iguarias típicas estão longe de ser deliciosas, mas não custou experimentá-las. Entretanto, preciso pontuar alguns acontecimentos gastronômicos, a maioria envolvendo a Ana. Primeiro, ela detesta cordeiro, carneiro, bode, ovelha, cabra ou qualquer um desses animais, que sempre me confundem. Eu também não gosto, mas confesso que comi uma dessas carnes pensando que era vaca, uma vez que lá não se comem bovinos. Pelo menos eu não vi. Minha saída era sempre frango. Segundo, o leite que se toma lá, proveniente desses mesmos animais, também não agradou nossa coleguinha revisora. Aí ficou difícil para ela tomá-lo ou usufruir de seus derivados, em especial o dondurma – um sorvete de textura espessa e mais resistente ao derretimento. DELICIOSO! Mentira! HORROROSO, HORRIPILANTE! É uma coisa gordurosa e salgada, que, segundo o Élcio – o único entre nós que encarou o desafio de tomar um inteiro –, é bom pra memória: faz arrotar o resto do dia. Mas o sorvete não é de todo desinteressante. A arte de vendê-lo é que nos atraiu. O sorveteiro do dondurma é uma espécie de malabarista que pega o cone e faz acrobacias em interação com o freguês. O único problema desse show é a higiene: o sorveteiro ora pega o sorvete, ora pega o dinheiro, chegando, durante a apresentação, algumas vezes a encostar o cone na nossa roupa. Hum, pode soar frescura da minha parte, mas não achei asseado. Como o show atrai muitos turistas, o preço do sorvete acaba não saindo tão baixo.

Além das carnes e do leite, os doces típicos também não agradaram a Ana. No dia em que ela resolveu experimentar alguns, escolheu uma doceria na İstiklal que tinha uma vitrine bem atraente. Sentou-se cheia de cerimônia, com suas três guloseimas: um lokum (manjar turco) cor-de-rosa, outro lokum coberto de coco e uma baklava. Primeiro, ela comeu o docinho rosa, que pensou ser de morango ou frutas vermelhas. Mas era de rosas. A textura de goma misturada com gosto de penteadeira de zona a fez arrepiar até a sobrancelha. Depois veio o docinho de coco, que estava bem “mais ou menos”, mais para menos do que para mais. Por fim, experimentou a enjoativa baklava, dulcíssima que nem a vida dos outros. Foi muita decepção para nossa coleguinha. Para tirar o gosto ruim da boca, ela pediu um pedaço do cheesecake que eu comia. Esqueci de avisar que era feito do leite de cabra ou de algum daqueles bichos acima.

Lokum (manjar turco)

Lokum (manjar turco)

Delícias turcas, com destaque para a baklava

Delícias turcas, com destaque para a baklava

Sejamos justos, a baklava não é tão ruim assim. Até gostei de uma que se parece com um ninho, recheada de pistache ou nozes. Aproveito e peço desculpas aos amigos que presenteei com as delícias turcas na minha primeira ida a Istambul. Juro que não trago mais!

Já estávamos no exterior há quase duas semanas, tempo em que se começa a sofrer da síndrome do feijão. Escolhi esse nome para descrever a ansiedade que o brasileiro sente quando não aguenta mais a comida de fora e não vê a hora de comer um bom prato de feijão, de tropeiro, de tutu ou de feijoada. Acho que essa síndrome chega a ser uma defesa fisiológica, caso contrário o céu seria o limite para a comilança no estrangeiro. Tirando isso, comi muita pide (pizza turca), ezme (salada picante de tomate, cebola e pimentas), kebab, şiş (espetinhos), meze (tira-gosto bem variado), queijos, hummus (pasta de grão-de-bico), falafel (bolinhos de grão-de-bico fritos), patlıcan salatası (berinjela amassada com azeite e especiarias), köfte (almôndegas no formato de cigarretes), kısır (arroz com tomate, cebolinha, salsinha, azeite e pasta de pimenta vermelha) e muito, muito mais!

Comida turca

Comida turca exposta em vitrine de restaurante

Refeição turca

Refeição turca

Refeição turca, com destaque para o kısır

Refeição turca, com destaque para o kısır

Tira-gosto de queijo, salada e cigarrete

Tira-gosto de queijo, salada e cigarrete

Moça prepara wrap de falafel, em Galata-Beyoğlu

Moça prepara wrap de falafel, em Galata-Beyoğlu (Foto: Ana Paula)

Excentricidade pouca é bobagem

Ser rico deve ser muito bom! Os sultões que o digam. Na verdade, esse título nobre não existe há muitas décadas, desde que Kemal Atatürk proclamou a República da Turquia em 1923 e deu um fim ao sultanato.

Como os soberanos torravam dinheiro! Não sei onde arrumavam tanta riqueza para suprir um mar de excentricidades e superficialidades. Eram palácios, joias, artes, escravos e uma série de tantas outras despesas de dar dó. Ironia à parte, essa fartura deixou um legado que pode ser conhecido nos principais museus de Istambul. O mais notável entre eles é o Topkapı, um palácio construído em 1453, que também foi a residência dos sultões por três séculos.

Entrada da Sala da Câmara do Conselho Imperial, no Topkapı

Entrada da Sala da Câmara do Conselho Imperial, no Topkapı

Turista que vai a Istambul e não visita o Topkapı vai queimar no fogo do inferno, por tamanho pecado. A ida ao palácio é passeio obrigatório, e como eu sugeri no post da viagem de janeiro, é importante que lá se alugue um audioguide, fornecido inclusive na língua portuguesa. Esse guia dá informações importantíssimas e detalhadas sobre cada canto do palácio e sobre sua história. Na verdade, quem sugeriu o uso do audioguide foi o Élcio. Em janeiro, ele achou que saiu do palácio sem saber muita coisa, então, desta vez, juntou-se à Ana e alugou um.

Sofa Köşku (quiosque do terraço), no Topkapı

Pavilhão Baghdad e Sofa Köşku (quiosque do terraço), no Topkapı

Interior do Sofa Köşku (quiosque do terraço), no Topkapı

Interior do Sofa Köşku (quiosque do terraço), no Topkapı

Pelas barbas do profeta, Batman, como é bacana o Topkapı! É muito ouro, prata, cerâmica, vestimentas suntuosas, armas, relíquias, obras de arte e, imaginem, pelos, isso mesmo, fios da barba do profeta Maomé. Juro! Acho até que são legítimos, assim como um bloco com a sua pegada marcada. Pena não poder fotografar o interior do museu.

Uma das poucas pessoas que não gostou do Topkapı foi o sultão Abdülmecid I, que achava o palácio já meio chinfrim e queria ostentar mais. Entre 1842 e 1853, ele ordenou a construção do Dolmabahçe, um palácio que custou mais ou menos 35 toneladas de ouro, 14 delas utilizadas para ornamentar os tetos desse edifício monumental. Para lá ele se mudou, sendo sucedido por mais outros cinco sultões, que usufruíram de toda aquela maravilha barroca/rococó/neoclássica, misturada com a tradicional arquitetura otomana. Essa salada de estilos incomodou muitos críticos da arquitetura internacional que caçoaram um bocado do Dolmabahçe. Barango ou não, o palácio é um luxo só! Se a visita é obrigatória, eu não sei, mas se sua esposa não for lá e mais tarde descobrir que perdeu um tour por balaustradas de cristais, lustres que chegam a pesar 4,5 toneladas, tapeçarias do tamanho de uma quadra, azulejos megaornados, móveis superextravagantes, jardins espetaculares, ouro, ouro, ouro e mais ouro, seu casamento passará por pequenas transformações. Brincadeira! Mas o palácio é realmente inspirador quando o assunto é decoração sofisticada. E põe sofisticação nisso!

Fachada lateral do Dolmabahçe

Fachada lateral do Dolmabahçe

Fonte em jardim do Dolmabahçe

Fonte em jardim do Dolmabahçe

Jardim do Dolmabahçe

Jardim do Dolmabahçe

Infelizmente também não é permitido fotografar o interior do Dolmabahçe, embora meu pai tenha feito isso quase que discretamente. Ressalto que chamei a atenção dele a cada clique que ouvia, mas não obtive êxito. Ele fotografou bastante.

Quando se fala de excentricidade, não se pode deixar de mencionar o Grande Palácio de Constantinopla, um enorme complexo que serviu como residência principal dos imperadores bizantinos entre os anos 330 e 1081. Desse palácio, resta apenas uma série de mosaicos preservados, exibidos no Museu dos Mosaicos do Grande Palácio, exatamente no local onde foram encontrados.

Detalhe de um dos mosaicos do Grande Paleacio de Constantinopla, exibido no Museu dos Mosaicos

Detalhe de um dos mosaicos do Grande Palácio de Constantinopla, exibido no Museu dos Mosaicos do Grande Palácio

Luxo e ostentação também não faltam quando se faz o passeio pelo Bósforo. Às margens do estreito existem várias construções magníficas, com destaque para os palácios Çirağan, Beylerbeyi e Küçüksu. A propósito e me desculpe se você é um telespectador da novela Salve Jorge, a casa do Mustafá é justamente o Palácio de Küçüksu. Quanta pretensão global! O Küçüksu, que hoje abriga um museu, foi uma residência de verão da família imperial otomana. O palácio era usado pelos sultões para passeios no campo e caçadas. A Globo simplesmente o reduziu à casa do Mustafá. Ai, meu Deus! Estou até pensando em sugerir à TV Turca que grave uma novela temática passada no Brasil. A casa do protagonista bonitão seria o Palácio do Planalto, e o guia turístico trabalharia no bondinho do Pão de Açúcar pela manhã e seria pescador no rio Amazonas na parte da tarde, porque é mais ou menos assim que a Salve Jorge descreve o dia a dia em Istambul e suas distâncias. Ah, e se você for mulher e resolver fugir de algum traficante em Istambul, NÃO vá à Cisterna de Yerebatan, como fez a pobre-coitada da Morena, personagem da novela. A cisterna, que data de 536 e serviu para abastecer o Grande Palácio de Constantinopla e suas redondezas, é simplesmente espetacular! As 336 colunas distribuídas em 9.295 m2 fazem dela outro passeio obrigatório em Istambul. Mas, infelizmente, não serve como local para fugir de traficante de mulheres. Como alguém iria correr em meio a milhares de turistas que se concentram no local, como fez a Morena? Ela pagou o bilhete para entrar? Porque a entrada é estreita e vigiada. Deveria ter gastado o dinheiro do bilhete com um cartão telefônico para comunicar seu sequestro à embaixada brasileira ou à polícia turística, que se encontra BEM de frente para a cisterna. E, caso você consiga correr ali dentro, por favor, não entre na água, que serve como aquário para as carpas que enfeitam o local.

Cisterna de Yerebatan, também conhecida como Cisterna da Basílica

Cisterna de Yerebatan, também conhecida como Cisterna da Basílica

Ah, Rede Globo, você me paga! A mim e a zilhões de professores que se esforçaram para ensinar geografia e história e viram suas lições irem por cisterna abaixo.

É certo que voltaremos

Meu pai já está doidinho para voltar a Istambul e fará isso muito em breve. Embora ele não goste muito da Europa, a viagem à Turquia foi um sonho para ele. Aliás, continua sendo, porque diz sonhar com Atatürk todas as noites. Virou fã do cara!

Meu pai e eu, no Topkapi

Meu pai e eu, no Topkapı

E minha mãe! Nunca vi alguém gostar tanto de bugiganga. Quem não gosta?!. Ela se sentiu no paraíso dos badulaques sofisticados. Até recusou uma ida ao Çemberlitaş Hamamı, um famoso banho turco, para poder comprar uma mala. Comprava de tudo um tanto, sem ser impedida por barreiras linguísticas. Falava um português bem mineiro e bem do jeito dela, virando-se muito bem com os comerciantes turcos. Está doidinha para voltar também.

Santa Sofia e minha mãe

Santa Sofia e minha mãe

A Ana, nem se fala! Trouxe Istambul em excesso de bagagem. Nas suas duas malas gigantescas não cabia mais nada, mas no seu coração tinha espaço de sobra para a cidade. Sua companhia marcou não somente a viagem, mas nossas vidas. Porém não sei se quero viajar de novo com ela. Esse negócio de passear ao lado de mulher bonita é furada! Não tinha turco que não a importunasse.

Ana, na Torre de Galata

Ana, na Torre de Galata

O Élcio vai voltar, tenho certeza! Quer engolir o mundo, ainda mais depois de ter descoberto a especulação de pacotes turísticos pela internet. Virou um investidor de cultura estrangeira em si mesmo. E todos nós aproveitamos esse “vício” dele, com muita gratidão.

Élcio, no Topkapi

Élcio, no Topkapi

Quanto a mim, tenho a sensação de que deixei de ser turista em Istambul, de que agora tenho a cidade como “quintal da minha casa”. Como me sinto à vontade naquele lugar! Mesmo que a distância continue sendo uma barreira natural, e o dinheiro, uma barreira administrativa, Istambul vai estar sempre logo ali. E tenho certeza de que para lá voltarei.

Fui e vou voltar - Alessandro Paiva

contato@fuievouvoltar.com

Sobre Alessandro Paiva

A graphic designer who loves cocktail and travelling. Check my cocktail blog at pourmesamis.com, my travelling blog at fuievouvoltar.com and my graphic design portfolio at www.alessandropaiva.com.

Um Comentário

  1. Alessandro, hoje tive a alegria de ficar acompanhando sua viagem a Istambul, assim como vc eu tbm conheci essa cidade a qual fiquei a vontade os 10 dias que por lá fiquei. Seu post é um achado. Fala tudo de mais importante que é bom fazer. Voltei no tempo de Julho de 2011 com suas fotos maravilhosas e seus textos muito bem escritos. Muito Obrigado por compartir com a gente.

    • Alessandro Paiva

      Oi, Hector! Eu é que agradeço seu comentário e todos os seus relatos e fotos que posta no Facebook. Fotos de viagem (e de comida, rsrs!) são motivadoras. Abraço!

  2. Igor Garcez

    Alessandro, o post ficou ótimo!!! Certamente será um dos meus próximos destinos. Estou esperando por mais atualizações. rsrsrsrs Abração!!

  3. Istanbul is such a jewel. I have briefly visited it three years ago… but I feel like it wasn’t enough! I just HAVE to go back – it’s so beautiful, just like your photographs :)))

    • Alessandro Paiva

      Thanks! And I want you to know that Russia is one of the top places in my need-to-go list. 🙂

  4. Zenilde Soares

    Oi Alessandro, estou em Istambul há quatro dias, são 3 horas da manhã, horário local, tô bocejando horrores, mas não quero ir dormir porque não consigo parar de procurar dicas para “turistear” por esta cidade linda! Adorei o seu blog, quero ir no lado asiático, mas não sabia como, porque estamos, eu e minha filha, fazendo tudo por nossa conta e risco então, as suas dicas foram preciosas, como os azulejos da Mesquita Azul. Rsrsrs. Valeu! Queria te enviar uma foto nossa, tirada dentro da Mesquita Azul em que estamos lindas (sou muito modesta!), de cabeças cobertas, mas não têm como.

    • Alessandro Paiva

      Oi, Zenilde! Estou morrendo de vontade de estar em seu lugar! Que bom que pude ajudar!!! 🙂 E manda sua foto para meu e-mail contato@fuievouvoltar.com . Exatamente agora estou em Praga. É bacana, mas Istambul dá de 1000! Aproveitem por mim 🙂

  5. kátia

    Seu texto é muito bom, amei, foi um achado o seu blog. Estarei em Istambul em setembro.Obrigadão pelas dicas excelentes. Até lá vou reler muitas vezes esse texto maravilhoso.

    • Alessandro Paiva

      Oi, Kátia! Muito obrigado 🙂 Aproveite e leia o post sobre a viagem que fiz a Istambul em janeiro do ano passado, em http://wp.me/p1A3X1-eQ . Lá tem um roteiro e outras dicas sobre a cidade.

      Abraços e boa viagem sempre!

  6. Denise

    Oi Alessandro, que viagem bacana, hein ? As fotos são tão lindas que parecem cenário de filme. Só fiquei desanimada com a comida. Antes de ver seu post, achei que comeria (e engordaria) horrores. Pelo jeito, vou achar tudo muito esquisito, mas vou apostar nos legumes. bjs

    • Alessandro Paiva

      Oi, Denise! Tenho a impressão que você vai gostar da comida de Istambul. Eu, que sou chato pra comer, comi bastante e gostei muito. É claro que não experimentei carnes que não gosto, como cordeiro, mas o restante era delicioso. Os doces é que são estranhos. O sorvete é salgado e gorduroso (eca!) e a delícia turca geralmente tem gosto de cosmético, rsrsrs! Mas, mesmo assim, eu gostei muito! As pizzas pide são deliciosas! Tem muita coisa boa 🙂 Abraço!

  7. Oi Alessandro, assim como o primeiro post, o segundo tambem me ajudou muito a planejar meu roteiro, que começa nesta quarta e vai ate domindo. Gostei mesmo dos seus 2 posts e acho que voce realmente leva jeito para descrever experiencias facinantes em Istambul rsss. Moro em Israel já um bom tempo e se resolver dar um pulinho e precisar de umas boas dicas…estamos aqui! Valeu, abraço 🙂

    • Alessandro Paiva

      Ah, então você é quem está aparecendo nas estatísticas de Israel, rsrsr! No painel administrativo do blog tem a origem das visitas, e ultimamente tem aparecido a bandeira de Israel. Que bacana! E quase fui aí, viu! Estávamos planejando em passar a virada do ano em Tel Aviv e Jerusalém, mas acabou ficando muito caro. Tivemos que adiar a viagem. Mas assim que resolvermos ir aí, irei te perturbar um pouco pedindo dicas, rsrsrs! Abraço e boa viagem :-)!

  8. Fernanda

    Bárbaro! Viajei a cada lletra postada no seu blog! Estarei em Istambul em Dezembro e utilizarei TODAS as suas dicas!

  9. Ana Lucia

    Tenho pesquisado bastante e inclusive comprei o guia do Lonely, pois estou indo neste sábado em companhia da minha mãe. Mas o seu blog é sem dúvida o melhor! Apesar de não ter querido ver as fotos (gosto da emoção de ver pela primeira vez!), suas palavras descrevem com entusiasmo sobre a história, costumes e curiosidades dessa cidade. Estou ainda mais animada e não vejo a hora de chegar nessa cidade mágica. Mto obrigada pelas preciosas dicas!

    • Alessandro Paiva

      Puxa, Ana! Muito obrigado 🙂 Não é à toa que descrevo Istambul com entusiasmo. É a cidade mais fantástica desse mundo! Minha predileta! Você e sua mãe vão adorar, tenho certeza. Cuidado para não gastar todo o dinheiro no Grande Bazar e no Bazar Egípcio. Esse lugares são tentadores, rsrsrs! Abraço e uma excelente viagem para vocês 🙂

  10. Estes posts sobre Istambul estão sendo mega úteis. Eu volto depois para contar.

    • Alessandro Paiva

      Valeu, Jorge! E sua mensagem chegou exatamente na hora em que meu amigo pesquisa preço de passagem pra lá. Acho que passarei o reveillon em Istambul. Nunca me canso, é minha cidade predileta.

      Abraço!

  11. Alessandro,
    Foram 15 dias na Turquia, sendo 8 em Istambul e sete fazendo uma excursão pelo interior. Foi bárbaro. Já agradeci e agradeço de novo. Abraços e se tiver um tempinho, acompanhe meus poist no http://www.viajandocomjorgefortunato.blogspot.com.br
    Valeu!!!!

    • Alessandro Paiva

      Oi, Jorge! Muito obrigado pelo prestígio ao meu blog! O seu também me será muito útil. Seus post são detalhados e seus textos bem bacanas. Abraço e ótima viagem sempre!

  12. Cris Helen

    Olá, Alessandro, seu blog é fantástico, muito completo! Essa viagem ocorreu em qual mês? pergunto pois pensei em ir agora em dezembro, mas estou em dúvida por causa do tempo. Adoro frio, mas chuva atrapalha muito as viagens, né? E pelas fotos de seus pais na Capadócia parece que o clima estava muito bom. Desde já te agradeço.
    Cris

    • Alessandro Paiva

      Oi, Cris! Muito obrigado 🙂 Fui a Istambul em novembro e janeiro. Em ambas as vezes, tive sorte de não pegar chuva ou neve. Na vez que fui em janeiro, choveu sim, mas nada que tivesse atrapalhado o roteiro. O tempo na Capadócia (novembro) também estava tranquilo. Uma coisa é certa: com chuva, neve ou sol, Istambul é maravilhosa! É a cidade que mais gosto. Tanto que estou voltando agora em janeiro 🙂

      Abraço e ótima viagem!

      • Cris Helen

        Pronto, compramos nossas passagens pra dezembro! Posso dizer que, em grande parte, “a culpa é sua!”, rsss. Seus relatos apaixonados são cativantes e instigantes. Serão 6 1/2 dias em Istambul e 2 1/2 na Capadocia. Já que vc tem parte nisso, posso contar com sua ajuda na montagem do roteiro? abraços e obrigada!

      • Alessandro Paiva

        Rsrssr! Claro, Cris! Abraço!

    • Cris Helen

      Ale, estou pensando em ficar em Beyoglu ou Taksin, já que gostamos de ir a bares e restaurantes à noite, o que vc acha?

      • Alessandro Paiva

        Acho ótimo! Não fico lá porque pesa no meu orçamento, rsrsrs! Mas são ótimos lugares para se hospedar, principalmente para os boêmios 🙂

      • Cris Helen

        Legal, estou vendo algumas opções não tão caras e assim também acredito que economizaremos (dinheiro e paciência) com os taxis, né? Obrigada Ale

  13. Cris Helen

    Ah, comprei o guia da Lonely Planet, seguindo suas dicas. Estou esperando chegar…

    • Cris Helen

      Ale, estou pensando em ficar no Villa Pera Suite Hotel. Se vc puder dar uma olhadinha e opinar sobre a localização seria ótimo.

      • Alessandro Paiva

        Ótima localização! Você não precisará brigar com os taxistas, pois estará bem perto da vida noturna, rsrssr! Basta descer alguns quarteirões e já estará na Istiklal.

  14. Cris Helen

    Obrigada mais uma vez!!! abraço

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