Nossa Primavera de Praga

Cúpula da Igreja de São Nicolau, na Praça da Torre Lesser, vista do mirante do Castelo de Praga

Cúpula da Igreja de São Nicolau, na Praça da Torre Lesser, vista do mirante do Castelo de Praga

“Praga é linda! Praga é história! Praga é cerveja!” Isso era o que mais ouvíamos a respeito da Cidade das Cem Cúpulas. Diante de tanta motivação, eu, o Élcio e a Clarice não tínhamos outra escolha, senão voltar nossas atenções para a capital da República Tcheca, um dos destinos da nossa viagem pela Europa, em março de 2013.

Dica - Fui e Vou Voltar - Alessandro PaivaChegamos a Praga à noite. Antes de viajarmos, o Élcio pesquisou sobre o traslado do Aeroporto Václav Havel e concluiu que deveríamos contratar uma empresa de shuttle. Segundo o que ele viu na internet, pegar um táxi em Praga é arriscado, especialmente pelo horário da nossa chegada. Os taxistas da lá costumam não ser honestos, e levar um calote desse tipo era a última coisa que procurávamos. Bastavam as experiências em Istambul e em Santiago. Decidimos, então, contratar a Prague Airport Transfers, uma empresa muito séria e conceituada. Tudo correu perfeitamente. Tivemos direito inclusive a alguns agrados: na nossa chegada, poderíamos escolher entre ser recepcionados por belas tchecas – sem trocadilhos –, que apresentariam uma dança típica, ou receber uma cerveja ou um vinho. Para evitar o constrangimento, preferimos as bebidas. Não tenho nada contra as danças típicas, mas isso seria o mesmo que um gringo ser abordado por sambistas no Galeão. Bem cafona!

PRIMEIRO DIA – domingo

Já estava bem tarde quando fizemos o check-in no hotel. Era domingo e temíamos não encontrar um lugar para comer. Para nossa sorte, a um quarteirão do hotel onde estávamos hospedados, na Cidade Velha (Staré Město), havia uma pizzaria 24h. Como tudo na natureza exige uma compensação, a nossa sorte de encontrar um lugar aberto foi inversamente proporcional ao atendimento que recebemos. O “fofo” do balconista, num jeitinho tcheco de ser, deu uma tirada em cada um de nós, à medida em que fazíamos nossos pedidos. Quanta doçura! O Élcio foi o primeiro a escolher sua pizza na vitrine. Quase foi trucidado pelo olhar de ódio do rapaz. Eu, já assustado e tentando evitar qualquer conflito, acabei pedindo qualquer sabor. A Clarice, mais assustada ainda, nem titubeou: no momento em que o balconista lançou o olhar furioso em sua direção, ela foi logo dizendo: “Quero o mesmo que ele!” Afe Maria, o que era aquilo?! A pizza estava até boa, mas a primeira impressão dos tchecos não foi das melhores.

Mesmo assim, a cidade nos provocava ótimas expectativas. Dali mesmo conseguíamos avistar a Praça Venceslau (Václavské náměstí) toda iluminada. Um espetáculo! Praga era muito diferente de tudo o que já havíamos visto e experimentado.

SEGUNDO DIA – segunda-feira

ATRAÇÃO  |  AVALIAÇÃO  |  CUSTO*
Museu de Instrumentos de Tortura Medieval  |  :-) :-)  |  $
Ponte Carlos | :-) :-) :-) :-) :-)  |  grátis
Museu de Franz Kafka |  :-) :-) :-)  |  $$
Bairro Josefov  |  :-) :-)  |  grátis
Museu Judeu de Praga  :-) :-) :-) :-)  |  $$$
Praça da Cidade Velha :-) :-) :-) :-) :-)  |  grátis
Igreja de São Nicolau  :-) :-) :-)  |  grátis
Relógio Astronômico :-) :-) :-) :-) :-)  |  grátis
Igreja de Nossa Senhora de Týn (somente por fora) |  :-) :-) :-)  |  grátis
Museu de Alphonse Mucha | :-) :-) :-) :-)  |  $$
Torre de Pólvora | :-) :-) :-) :-)  |  $
Praça da Reública | :-) :-)  |  grátis

*(Em reais) 5 – 15: $ \ 16 – 25: $$ \ 26 – 35: $$$ \ 36 – 45: $$$$ \ acima de 45: $$$$$

Como fazia frio naquela manhã! Gastamos mais tempo nos empacotando do que no café. E olha que estávamos a quatro dias da primavera!

Mal começamos nosso tour pela cidade e já estávamos fascinados. Bastou andar por três quarteirões para eu ter certeza de que Praga é uma das cidades mais bonitas do mundo. Posso até dizer a mais bonita, mas, quando me lembro de Paris, as dúvidas me vêm à cabeça. De qualquer forma, Praga é de cair o queixo. Os quarteirões são bastante irregulares, onde os ângulos e as curvas das ruas, misturados à profusão de belíssimos edifícios, criam um visual arquitetônico sem igual.

Rua Míšeňská, na Cidade Menor (Malá Strana)

Rua Míšeňská, na Cidade Pequena

Nossa primeira atração foi um lugar pouquíssimo visitado pelos turistas: o Museu de Instrumentos de Tortura Medieval (Muzeum středověkých mučících nástrojů), localizado na Křižovnické náměstí, n.º 194, no começo da Ponte Carlos. Sua exposição está distribuída por três andares de pura aflição, composta por uma parafernalha macabra de causar mal-estar em qualquer coveiro.

Instrumento de tortura, no Museu de Instrumentos de Tortura Medieval (Muzeum středověkých mučících nástrojů)

Instrumento de tortura, no Museu de Instrumentos de Tortura Medieval

Achamos as instalações do museu meio deficientes, e a atmosfera não era nada temática. A bilheteria mais parecia a entrada de um cinema duvidoso. Tendo em vista a preciosidade do acervo, a exposição merece uma curadoria mais refinada. Contudo, preciso destacar um detalhe importantíssimo: visitamos o museu errado! Bem que eu achei estranho! Lembro que vimos sobre ele num programa de TV, em que o apresentador o definiu como uma atração imperdível em Praga. O Élcio fez questão de incluirmos isso no roteiro. Pesquisamos errado e somente agora descobri que o museu certo era o Museu da Tortura (Muzeum Útrpného Praha). Portanto, amigo turista, não confunda: um é o Museu da Tortura, indicado pelo programa de TV, e o outro é o Museu de Instrumentos de Tortura Medieval.

De qualquer forma, vale a visita ao museu “errado”, especialmente se você tem curiosidades sobre as formas bizarras de como as autoridades daquela época faziam para punir ou extrair informações dos tidos como malfeitores.

Instrumento de tortura, no Museu de Instrumentos de Tortura Medieval (Muzeum středověkých mučících nástrojů)

Instrumento de tortura, no Museu de Instrumentos de Tortura Medieval

Em seguida, dirigimo-nos à Ponte Carlos (Karlův most), principal cartão postal da cidade.

Ponte Carlos (Karlův most)

Ponte Carlos

A Ponte Carlos é maravilhosa! Uma pena estar lotada de turistas, o que dificultava apreciar as 30 estátuas no estilo barroco, dispostas ao longo dos 516 metros de comprimento da ponte.

Ponte Carlos (Karlův most)

Ponte Carlos

Gostaria de ter feito a foto mais marcante da viagem ali, mas, para isso, eu deveria chegar à ponte praticamente de madrugada ou bem tarde da noite, quando não haveria quase nenhum transeunte.

Ponte Carlos

Ponte Carlos

A construção da Ponte Carlos iniciou-se em 1357 a pedido do rei Carlos IV, sendo finalizada no início do século XV. Até 1841, era a única forma de atravessar o rio Moldava (Vltava), o que fazia dela a via de comunicação mais importante entre a Cidade Velha, o Castelo de Praga e as imediações.

Entrada para a Malá Strana vista da Ponte Carlos

Entrada para a Malá Strana vista da Ponte Carlos

Atravessamos a ponte e chegamos à Cidade Pequena (Malá Strana), onde visitamos o Museu de Franz Kafka, um dos maiores escritores de ficção do século XX. O ingresso não era barato, considerando as demais atrações de Praga. Sua exposição, embora fosse muito bem curada, não nos causou encantamento, conforme esperávamos. Para quem gosta de literatura ou é fã do autor de A Metamorfose, a visita ao museu é um bom passeio. Mas para aqueles que têm a bexiga solta, não é uma boa opção. Logo na entrada do museu existem duas esculturas móveis do artista tcheco David Černý, representando dois homens urinando. Me deu uma vontade de fazer xixi!…

Escultura Čůrající postavy, de David Černý

Escultura Čůrající postavy, de David Černý, no Museu de Franz Kafka

Do Museu de Franz Kafka retornamos à Cidade Velha. Atravessamos mais uma vez o Moldava, dessa vez pela Mánesuv most (Ponte Manes). A reafirmação torna-se inevitável: como Praga é linda! O que nos disseram a respeito da beleza da cidade era pouco, comparado ao que víamos a cada passo.

Rua Pod Bruskou, na Cidade Pequena.

Rua Pod Bruskou, na Cidade Pequena.

Deixamos a Ponte Manes. Passamos diante do Rudolfinum, na praça Jan Palach, edifício também conhecido como Casa dos Artistas (Dům umělců), que abriga uma sala de concertos.

Rudolfinum

Rudolfinum

Dali seguimos em direção ao bairro Josefov, que era o gueto dos judeus. Lá encontra-se o Museu Judeu de Praga (Zidovské Muzeum Praha), um complexo turístico que abriga um museu, um cemitério e quatro sinagogas. O ingresso é vendido no formato de combo, em que o turista escolhe entre os vários pacotes oferecidos. Escolhemos o pacote que dava direito a quase todas as atrações, exceto à Sinagoga Velha-Nova (Staronová synagoga). Visitamos as sinagogas Pinkas (Pinkasova synagoga), Maisel (Maiselova synagoga) e Klausen (Klausová synagoga), o Salão Cerimonial (Obřadní síň) e o Velho Cemitério Judaico (Starý židovslý hřbitov).

A Pinkas é a principal das sinagogas. No primeiro andar, em algumas de suas paredes, estão escritos os nomes de 77.297 judeus mortos nos campos de concentração. No segundo, existem desenhos de cerca de 8.000 crianças que ficaram presas em Terezín entre 1942 e 1944. Muito triste. Depois dela, visitamos o cemitério.

Para os desavisados como eu, a primeira impressão do cemitério é chocante. As lápides, bem comprimidas umas às outras, encontram-se tombadas, dando a impressão de muita destruição. Mas é assim mesmo. Segundo as leis da religião judaica, os túmulos não podem ser destruídos e as tumbas não devem ser removidas. Naquele caso, talvez pela localização do cemitério, a expansão para receber novas sepulturas era impossível. Sendo assim, camadas de terra eram postas sobre as sepulturas já existentes. As antigas lápides foram retiradas e recolocadas sobre novas camadas de solo, razão pela qual as lápides encontram-se tão próximas umas das outras. São 12 camadas de sepulturas, formando um amontoado muito interessante.

Amontoado de lápides, no Cemitério Judaico (Starý židovslý hřbitov)

Amontoado de lápides, no Cemitério Judaico

Cemitério Judaico (Starý židovslý hřbitov)

Cemitério Judaico

Para fotografar o cemitério, é cobrada uma taxa extra. Naquele ponto, começamos a perceber os traquejos tchecos na exploração do turismo. Geralmente, o uso de máquinas fotográficas em museus e monumentos é vetado devido a duas situações: para evitar que os flashes deteriorem o acervo ou por questões de direitos autorais. Agora, cá entre nós, amigos tchecos, cobrar taxa de fotografia é ultrajante! Por que vocês não incluem isso no número excessivo de combos?! Ah, e não gostei de ter que pagar para ir ao banheiro, ok?! Só o fiz porque minha bexiga estava estimulada desde o Museu de Franz Kafka.

Enfim, recusei-me de pagar a taxa de fotografia. Como fiz as minhas? Escondido, como todo bom – ou mau – brasileiro. Eu e todos os estrangeiros que se encontravam no local. Admito seu julgamento, amigo leitor, e humildemente abaixo minha cabeça diante do seu desprezo. Fui até castigado por alguma alma daquele cemitério, que inexplicavelmente mandou meu iPhone longe! Mas que a taxa de fotografia me deixou pu#@&*to da vida, deixou.

Do Josefov seguimos para a Praça da Cidade Velha (Staroměstské náměstí), a três quarteirões dali.

Praça da Cidade Velha. Destaque para aIgreja de Nossa Senhora de Týn

Praça da Cidade Velha. Destaque para a Igreja de Nossa Senhora de Týn

Ornamentação na Praça da Cidade Velha

Ornamentação na Praça da Cidade Velha

Edifícios da Praça da Cidade Velha (via Instagram)

Edifícios da Praça da Cidade Velha (via Instagram)

Que lugar espetacular! Além de seu maravilhoso complexo arquitetônico, a praça abriga uma feira de artesanatos e gastronomia típicos muito bacana. Como ainda não havíamos almoçado, escolhemos aquela feira para comer de tudo um tanto. Eu estava inclusive temeroso de não gostar de nada, mas fui enganado pela minha frescura. Embora a comida de lá seja muito gordurosa e composta basicamente de carnes, seu tempero é muito bom. Pontos para a República Tcheca e seus cozinheiros!

Comemos uma salsicha fe-no-me-nal, servida com um pão delicioso! Era algo simples de se comer, mas a mistura de salsicha, migalhas de pão, mostarda, catchup e luvas não ajudava. Tirar a luva era pior, pois o frio estava castigando até foca.

Deliciosa salsicha vendida na Praça da Cidade Velha

Clarice experimenta deliciosa salsicha na Praça da Cidade Velha

Logo depois, vimos uma barraquinha que servia um pão chamado trdelník. Que coisa gostosa! Para seu preparo, a massa é envolvida em um rolo que fica girando em um forno à brasa, assando o pão por igual. É confeitado com açúcar e canela. O cheiro daquilo é muuuuito bom! O trdelník tem o formato de um bracelete. Dava até vontade de enfiá-lo no punho e sair comendo no braço, não fossem mais uma vez as luvas e as várias camadas de casacos. Acho que vi gente fazendo isso.

Pão trdelník, vendido na Praça da CIdade Velha

Pão trdelník, vendido na Praça da CIdade Velha

Jesus Cristo! Frio dá muita fome! Após comer o trdelník, experimentamos um cachorro quente. Em seguida, fomos a uma barraquinha que vendia vários tipos de chucrute. Afe Maria! Diliça! E ainda sobrou espaço para um chocolate.

Élcio experimenta um cachorro quente

Élcio experimenta um cachorro quente

Eu e meu chucrute

Eu e meu chucrute com batata

Era hora de darmos um basta na comilança e visitarmos as atrações da Praça da Cidade Velha. Começamos pela São Nicolau (Kostel svatého Mikuláše), uma das igrejas mais antigas da Cidade Velha. É importante que esta não seja confundida com a São Nicolau de Malá Strana, também em Praga. Alguns documentos históricos citam sua origem em 1273, mas o edifício na sua forma atual foi erigido em 1727. Naquele dia, um coral de estudantes americanos do projeto Mounds View High School Orchestras tocava no seu altar. Entramos na igreja sem saber de nada e ainda fomos presenteados com um belo espetáculo. Aquilo me fez lembrar com muito saudosismo dos meus dourados anos de estudante, em que eu tocava instrumento nenhum e o mais longe que viajei com os colegas foi em uma excursão ao Parque Guanabara, há 10 minutos da escola onde estudava.

Igreja de São Nicolau

Igreja de São Nicolau

Da São Nicolau seguimos até a prefeitura, onde está Relógio Astronômico (Pražský orloj). A construção do relógio se iniciou em 1410, passando por várias adaptações e restaurações. Chegou a ser praticamente destruído na Segunda Guerra Mundial, mas, graças a muita pesquisa, foi reconstruído em 1948.

Relógio Astronômico, no prédio da prefeitura

Relógio Astronômico, no prédio da prefeitura

No Relógio Astronômico, a mudança da hora é antecedida por um pequeno show: enquanto a estátua de um esqueleto vira uma ampulheta, é iniciada a parada dos 12 apóstolos, que aparecem um a um. Em seguida, um galo no topo do relógio cacareja, dando fim à pequena, porém bela apresentação. O povo delira!

Detalhe da apresentação do Relógio Astronômico

Detalhe da apresentação do Relógio Astronômico

Rachando de frio – a Clarice acreditava ter perdido seis dedos dos pés por necrose –, deixamos o relógio e seguimos para a Igreja de Nossa Senhora de Týn (Kostel Matky Boží před Týnem). Infelizmente, estava fechada. Sua construção se iniciou em 1365, no estilo gótico, sendo terminada em 1511 com a finalização da torre sul. Belíssima! Suas duas torres pontiagudas dominam a Praça da Cidade Velha.

Torre da prefeitura à esqueda. Igreja de Nossa Senhora de Týn ao fundo

Torre da prefeitura à esqueda. Igreja de Nossa Senhora de Týn ao fundo

Nosso dia estava rendendo bastante. Conseguimos visitar várias atrações e ainda havíamos tempo de sobra. Da praça, seguimos para o Museu de Alphonse Mucha (Muchovo Muzeum Praha), artista nascido em Praga em 1860. Foi ilustrador e designer gráfico e um dos principais expoentes do Art Nouveau. Embora a grande maioria nunca ouviu falar de Mucha, seus cartazes com belíssimas figuras femininas são bem conhecidos.

Exposição no Museu de Alphonse Mucha

Exposição no Museu de Alphonse Mucha

Do museu, seguimos para a Torre de Pólvora (Prašná brána), um dos 13 portões da cidade, construído em 1475 e usado como depósito de pólvora no século XVII.

Torre de Pólvora

Torre de Pólvora

Inexplicavelmente, nós três éramos os únicos visitantes. Como assim ir a Praga e não subir ao terraço da Torre de Pólvora?! A vista é espetacular! Ali entendemos por que Praga é conhecida como a Cidade das Cem Cúpulas. É muita cúpula! Uma pena o dia estar nublado, pois o panorama seria espetacular. Ah, é importante não confundir aquele monumento, que fica no encontro das ruas Celetná e Na příkopě, com a Torre de Pólvora do Castelo de Praga.

Igreja de Nossa Senhora de Týn à esquerda e Catedral de São Vito ao fundo, vistas da Torre de Pólvora

Igreja de Nossa Senhora de Týn à esquerda e Catedral de São Vito ao fundo, vistas da Torre de Pólvora

Cúpula da Casa Municpial

Cúpula da Casa Municipal, vista da Torre de Pólvora

Descemos a torre, passamos diante da Casa Municipal (Obecní dům), circulamos brevemente pela Praça da República (Náměstí Republiky) e terminamos o dia na badalada Praça Venceslau (Václavské náměstí), que visitaríamos com mais calma no dia seguinte, mesmo porque fazia um frio do capeta e começava a nevar.

Praça da República

Praça da República

Começa a nevar na Praça Venceslau

Começava a nevar na Praça Venceslau

A neve foi motivo de alegria, afinal cidadãos de Belo Horizonte e Bom Despacho só veem neve quando raspam o topo do congelador da vó com um copo e jogam o gelo para cima. Tiramos várias fotos e fomos jantar ali perto no Můstek, restaurante localizado na rua Na můstku. A comida estava muito boa, embora eu não tenha curtido muito o houskové knedlíky, um pão típico da República Tcheca, comumente servido nas refeições. É meio pastoso, um pouco enjoativo para o paladar brasileiro. Enfim, estava bom. A cervejinha estava melhor ainda.

Carne com repolho refogado e houskové knedlíky

Carne com repolho refogado e houskové knedlíky, prato servido no restaurante Můstek

Um brinde com os amigos, no restaurante Můstek

Um brinde com os amigos, no restaurante Můstek

Depois do jantar, voltamos para o hotel, que ficava pertinho. Nessa breve caminhada, a neve aumentava, bem como nossa admiração pelos flocos cadentes. A Clarice já contava 10 dedos dos pés perdidos e um nariz prestes a desmoronar. Fazia muuuuito frio!

Igreja de São Galo (Kostel svatého Havla), na rua Havelská

Igreja de São Galo (Kostel svatého Havla), na rua Havelská

Mais tarde, dentro do quarto, a vontade de comer algo batia, mesmo que tivéssemos jantado horas antes. Mas ninguém tinha a ousadia de sair naquele frio. Depois de muita enrolação, eu e o Élcio criamos coragem, nos encapotamos e saímos neve afora atrás de alimento. Advinha qual era nossa única opção! A pizzaria 24h, onde comemos no dia anterior e fomos assediados moralmente pelo balconista. Mas ele estava até agradável naquela noite. Inclusive nos deu dicas de como beber ilegalmente pelas ruas, praças e parques, embora não tivéssemos pedido tal informação. Enfim, compramos uma pizza para viagem, que devoramos no hotel em poucos minutos. Fomos dormir satisfeitos.

TERCEIRO DIA – terça-feira

ATRAÇÃO  |  AVALIAÇÃO  |  CUSTO*
Praça Venceslau  |  :-) :-) :-) :-) :-)  |  grátis
Museu Nacional de Praga (somente por fora) | :-) :-) :-) |  grátis
Mirante da Praça do Castelo |  :-) :-) :-) :-) :-)  |  grátis
Palácio de Sternberg |  :-) :-) :-) :-)  |  $$ (dá direito à visita ao Palácio de Schwarzenberg)
Palácio de Schwarzenberg :-) :-) :-)  | (mesmo bilhete do Palácio de Sternberg)
Palácio Loreta :-) :-) :-)  |  $$
Monastério de Strahov (somente por fora) | :-) :-) :-)  | grátis

Biblioteca do Monastério de Strahov | :-) :-) :-) :-)  |  $
Galeria do Monastério de Strahov | :-) :-)  | $
Colina de Petřín | :-) :-) :-) :-) :-) | grátis
Caminhada às margens do Rio Moldava partindo do Teatro Nacional | :-) :-) :-) :-)  | grátis
Casa Dançante (somente por fora) | :-) :-) :-) :-) |  grátis

*(Em reais) 5 – 15: $ \ 16 – 25: $$ \ 26 – 35: $$$ \ 36 – 45: $$$$ \ acima de 45: $$$$$

Acordamos, olhamos da janela e o mau humor reinou! Nossa primeira visão naquela manhã foi de uma cidade de telhados e ruas esbranquiçados de neve. Como iríamos cumprir o roteiro daquele dia gelado? Como subiríamos até a Colina de Petřín, um dos pontos mais altos da cidade? E as demais atrações? Estariam funcionando normalmente? Eu fiquei put#@*&% da vida! Só lembro do bicão que a Clarice fez. Enquanto tomávamos o café da manhã, lamentávamos o dia arruinado.

Caminhada pela Praça Venceslau

Caminhada pela Praça Venceslau (via Instagram)

Quanta manha à toa! Bastou chegarmos à Praça Venceslau para reavivar nossos ânimos. Embora o frio estivesse castigando, a neve virou uma atração à parte. A praça estava linda! E nem deveríamos estar ali. Como os quarteirões de Praga são bem irregulares, acabei me confundindo ao planejar nosso trajeto a pé. Doce engano!

Praça Venceslau I

Praça Venceslau. Museu Nacional de Praga ao fundo

Praça Venceslau

Praça Venceslau

Com quase um quilômetro de extensão, a Praça Venceslau está mais para uma avenida do que para uma praça. É um dos lugares mais importantes da cidade, pois foi palco de vários protestos da Primavera de Praga e da Revolução de Veludo. O que antes fora ocupado por tanques soviéticos e grandes manifestações contra o comunismo, hoje abriga algumas celebrações e mostras de arte, além de um comércio bem movimentado. E por falar na Primavera de Praga, faltavam apenas dois dias para o início da primavera boreal. Quando minha professora de geografia disse que na Europa as estações são bem definidas, ela estava coberta de razão: estávamos no dia 19 de março, finalzinho do inverno, e o frio era um só. Talvez no dia 21, subitamente, o sol apareceria mais quente e derreteria todo aquele gelo, enquanto os passarinhos no estilo Disney cantariam alegremente entre as árvores. Quando o dia 21 chegou, nada de sol quente, nada de degelo e muito menos de passarinho. Minha professora perdeu a razão! Ela e todos os livros de geografia. O frio continuou castigando. Aquela era a nossa Primavera de Praga: fria, com gelo, sem passarinho. Mas muito boa! Independentemente do solstício, a viagem estava perfeita.

Praça Venceslau

Praça Venceslau

Em uma das extremidades da praça encontram-se a estátua de São Venceslau e o belíssimo Museu Nacional de Praga (Národní muzeum).

Teatro Nacional de Praga

Estátua de São Venceslau e Museu Nacional de Praga

Da praça seguimos para o Palácio de Sternberg (Šternberský Palác), bem longe dali, graças ao meu erro no planejamento do trajeto. Esse palácio fica ao lado do Castelo de Praga. Para chegar lá, pegamos o metrô até a estação Malostranská. De frente para a saída da estação, na rua Klárov, pegamos o tram 22 no sentido Bílá Hora e descemos na rua Mariánské hradby, no ponto do próprio castelo.

Bonde 22

Tram 22

Via U Prašného mostu, que leva ao Castelo de Praga

Via U Prašného mostu, que leva ao Castelo de Praga

Lateral direita do Castelo de Praga. Destaque para a Torre de Pólvora

Lateral direita do Castelo de Praga. Destaque para a Torre de Pólvora

O Palácio de Sternberg abriga uma exposição de altíssimo nível, com destaque para as obras de expoentes como Tintoretto, Ribera, El Greco, Goya, Rubens, van Dyck, Dürer e Rembrandt. Mais interessantes que tudo isso, somente a delicadíssima – só que não – senhora dos escaninhos e o vigia de uma das exposições, que tinha uma espécie de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). A senhora dos escaninhos foi de uma “fineza” ímpar ao tentar, de forma 100% silenciosa, orientar a Clarice de como guardar o casaco. Já vi gente se comunicar com o olhar, mas aquela ali foi campeã, transmitindo, por meio de seus belos olhos azuis, muito ódio no coração. Pelo menos, no final de tudo, ela disse thank you. Já o vigia com TOC era responsável por uma sala muito bacana do museu, mas seu transtorno o impedia de estar no mesmo local que os visitantes. Numa espécie de magnetismo humano de polos opostos, enquanto nos deslocávamos para um determinado canto da sala, ele imediatamente corria para o lado contrário. Estava fácil para um ladrão roubar uma pintura ali, pois o vigia jamais correria na direção do bandido.

Tela "O martírio de São Tomás", de Peter Paul Rubens, no Palácio de Sternberg

Tela “O martírio de São Tomás”, de Peter Paul Rubens, no Palácio de Sternberg

O Palácio de Sternberg fica na Praça do Castelo (Hradčanské náměstí) ao lado do Castelo de Praga, este um complexo composto pelas atrações mais importantes da cidade. Mas decidimos visitá-lo somente no dia seguinte, na companhia dos amigos Janaína e Lars, que chegariam da Suécia naquela tarde.

Na Praça do Castelo existe um mirante sensacional, de onde apreciamos uma das vistas mais bonitas da cidade. E a neve, que injustamente desconjuramos naquela manhã, presenteou-nos com uma paisagem magnífica.

Praga vista do mirante da Praça do Castelo

Praga vista do mirante da Praça do Castelo

Dica - Fui e Vou Voltar - Alessandro PaivaPraga é uma cidade que precisa ser vista do alto. Conforme já havíamos experimentado na Torre de Pólvora, é fascinante contemplar seu céu riscado pela arquitetura pontiaguda e admirar os telhados de suas casas dispostas de maneira formidavelmente desorganizada. Portanto, amigo turista, se for a Praga, não deixe de subir nos lugares mais altos. Além da Torre de Pólvora e da Praça do Castelo, existem outros mirantes com vistas espetaculares, como a Colina de Petřín e Vyšehrad.

Praga vista do mirante da Praça do Castelo

Praga vista do mirante da Praça do Castelo

Ainda na Praça do Castelo, no lado oposto ao Palácio de Sternberg, está o Palácio de Schwarzenberg (Schwarzenberský Palác). Sua exposição permanente abriga esculturas e pinturas da Renascença Tardia e do Barroco, concebidas entre os séculos XVI e XVIII, nas terras pertencentes à Coroa da Boêmia. Confesso que não foi uma das exposições de arte mais bacanas que conheci na minha vida, mas valeu a visita. O ingresso para Sternberg nos deu direito a visitar este outro palácio, portanto não tínhamos nada a perder.

Praça do Castelo. Palácio de Sternberg à esquerda

Praça do Castelo. Palácio de Sternberg à esquerda

Palácio de Schwarzenberg

Palácio de Schwarzenberg, na Praça do Castelo

Dali seguimos pela Loretánská, via que começa na Praça do Castelo. Logo no seu início, passamos diante de um restaurante chamado Ve Staré Radnici, onde uma belíssima tcheca nos abordou com um sorriso contagiante. Depois de nos hipnotizar com toda sua simpatia e um inglês impecável, entramos no estabelecimento, onde outra tcheca complementou o tratamento vip. Só nos restava comer bastante. E o lugar era bem bacana! Lembrava uma casa rústica, provavelmente típica da Boêmia. A comida não era barata, considerando os bons preços que vínhamos encontrando em outros lugares da cidade. Mas tínhamos o direito de nos presentear com um bom banquete, afinal de contas não é sempre que se viaja, nem mesmo que se vai a Praga. O prato mais interessante foi o do Élcio, um joelho de porco, servido em uma engenhoca muito bacana. Não encarei a gordurança, mas para quem gosta, era uma refeição e tanto. Vinha acompanhado de salada e de horseradish, uma pasta deliciosa feita à base de raiz-forte, típica da República Tcheca.

Joelho de porco com salada e horseradish, servido no

Joelho de porco com salada e horseradish, servido no restaurante Ve Staré Radnici

Porém, logo no início do pedido, veio o raio do pão. Até gostamos de pão durante as refeições, desde que o mesmo seja solicitado. Se gringo tem o direito de reclamar dos garçons brasileiros que trazem a cerveja sem que a mesma seja pedida, eu me sinto da mesma forma em relação ao pão. Na Itália ele é grátis, mas na República Tcheca é pago. Esclareço que não é uma questão de pão-durismo, mas eu e meus amigos viajamos constantemente, portanto nossos gastos são enxutos. Enfim, se não quero pão, não traga o pão! Mas a tcheca bunita trouxe o pão. Como isso já havia acontecido em outros restaurantes, fizemos o seguinte: ignoramos o tão citado alimento. Nesse meio tempo, inexplicavelmente, a bunita começou a ficar feiosa. Tanto ela quanto a amiga, foram alterando o humor. E estávamos certos de que não havíamos feito nenhum tipo de grosseria. Enfim, chegou a conta, com uma água cobrada a mais e o valor do pão. Chamamos a mocinha e mostramos o problema, muito educadamente. Ela, mais mau humorada ainda, aceitou retificar a quantia cobrada pela água não servida. Já em relação ao pão, abriu o cardápio muito gentilmente – só que não – e apontou incisivamente para um texto minúsculo, na última página, que dizia que o pão era de consumo obrigatório (???). Cliente que senta ali, tem que pagar pelo pão. E se quiser ir ao banheiro, tem que estar pronto para desembolsar outros trocados. Santa miséria, Batman! Só sei que, depois de tanta grosseira, decidimos por não pagar a gorjeta, que nunca negamos a serviço nenhum. Aquela situação era amoral. E não fomos os primeiros clientes insatisfeitos com o estabelecimento: as críticas ao Ve Staré Radnici, postadas no Trip Advisor por outros turistas, não são nada boas.

Deixamos o restaurante amaldiçoados pelas tchecas, que de princesas, viraram bruxas rancorosas. Com o passar dos dias em Praga, fomos notando esse tipo de atendimento, em que o cliente é recebido com muita simpatia e o serviço vai piorando, culminando em certa descortesia. Neste blog, esforço-me ao máximo para evitar críticas aos estrangeiros, afinal de contas, o ser humano é um ser cultural. E quem somos nós brasileiros para apedrejar! Entretanto, em Praga, tivemos alguns dissabores com os tchecos, e isso causou uma certa preguiça: preguiça de fazer pedidos em restaurantes, preguiça de comprar ingressos, preguiça de ser turista. De qualquer forma, Praga continuava linda! Não tivemos outra alternativa, senão engolir a desolação (dramático!) e curtir a cidade.

E por falar em bruxas, o mascote da cidade é uma bruxa. E não é uma bruxinha linda e meiga, e sim uma feiticeira horrenda, daquelas com verruga no nariz, um dente só e risada estridente. Não sei o motivo pelo qual escolheram essa personagem para representar Praga, mas, conforme o Élcio pontuou, basta olhar para a silhueta noturna da cidade para ter a sensação de que a qualquer momento passará uma bruxa montada em sua vassoura. Talvez a escolha da mascote se deve a uma festa tradicional chamada Pálení čarodějnic, que significa “queimando as bruxas”, uma espécie de Noite de Santa Valburga. Nessa celebração, que marca a “morte” do inverno e o “nascimento” da primavera, fogueiras são acesas e a efígie de uma bruxa é queimada, limpando os espíritos do solstício que se foi. Embora estivéssemos na cidade nessa virada de estações, não vimos nenhuma comemoração, muito menos bruxas, senão aquelas vendidas como souvenirs nas feiras e as garçonetes do Ve Staré Radnici.

Bruxas vendidas como souvenirs nas feiras de Praga

Bruxas típicas vendidas como souvenirs nas feiras de Praga

Depois do almoço um pouco conturbado, seguimos para Loreta (Pražské Lorety), um palácio erigido no local onde existia a réplica exata da casa da Virgem Maria. Desta construção, resta somente a Santa Casa, uma estrutura localizada no vão central do palácio. A bendita taxa de fotografia era cobrada, mas mesmo assim turistas indignados faziam seu registro sorrateiramente.

Loreta

Loreta

Santa Casa, no vão central do Loreta

Santa Casa, no vão central do Loreta

De Loreta rumamos para o Monastério de Strahov (Strahovský klášter), um complexo que abriga a Galeria Strahov (Strahovská obrazárna), a famosa Biblioteca Strahov (Strahovská knihovna) e as igrejas de São Roque (Kostel svatého Rocha) e da Nossa Senhora da Ascensão (Bazilika Nanebevzetí Panny Marie). Dizem que Mozart tocou órgão nesta igreja, em 1787.

Igreja de Nossa Senhora da Ascensão

Igreja de Nossa Senhora da Ascensão, no Monastério de Strahov

A princípio, gostaríamos de ter conhecido todo o complexo do monastério, que é enorme. Mas muita coisa não nos interessava, portanto, escolhemos visitar somente a galeria e a biblioteca. A galeria, não achamos grande coisa. Já havíamos visto obras muito importantes naquele dia, e aquela exposição não era das mais espetaculares. Focamos, então, na biblioteca. Ficamos encantados com a cortesia da senhora da bilheteria (tom sarcástico), que só nos atendeu porque dei três toques na vitrine de seu guichê. Acho que, por eu ter atrapalhado a sua palavra cruzada, a senhora foi curta e grossa. Depois de muita rispidez, vendeu-nos os ingressos, fechou energicamente a janelinha do guichê e retomou o seu passatempo. Ah, damas tchecas, não sei por que hoje sinto saudades de vocês!

Biblioteca Strahov

Biblioteca Strahov

A biblioteca do monastério é sensacional! Ali existem preciosos manuscritos medievais muito bem conservados, além de uma coleção espetacular de impressos antigos provenientes do período entre os séculos XVI e XVIII. Nela, encontram-se os salões Teológico (Teologický sál) e Filosófico (Filosofický sál), espaços maravilhosos no estilo gótico que decidi não fotografar porque me recusei a pagar a taxa de fotografia. É, em Praga só não pagávamos para respirar.

Pátio central do Monastério de Strahov

Pátio central do Monastério de Strahov

De Strahov fomos à Colina de Petřín. Seguimos por um caminho localizado atrás do monastério, que tinha uma vista espetacular da cidade.

Monastério de Strahov

Monastério de Strahov

Colina de Petřín

Colina de Petřín

Jardim Lobkovicka (Lobkovická zahrada)

Jardim Lobkovicka (Lobkovická zahrada), no caminho para a Colina de Petřín

Catedral de São Vito vista do caminho para a Torre de Petřín

Catedral de São Vito vista da caminhada até a Torre de Petřín

Mais adiante, enfrentamos uma generosa escadaria coberta de gelo, o que não tornou nosso percurso mais seguro. Para o Élcio, foi ainda mais difícil, pois se recuperava do trauma de uma boa tirada à moda tcheca, que levou de uma senhora que passeava com seu cachorro. Meu amigo apenas perguntou o nome do animal, e a carrancuda, subitamente, virou as costas e puxou a coleira. Povo fofo!

Escadaria na Colina de Petřín

Escadaria na Colina de Petřín (via Instagram)

A 327 metros de altura, a Colina de Petřín é a área de lazer favorita dos habitantes de Praga. O morro é praticamente constituído de parques com muita área verde, mas, naquele dia, tudo o que víamos era neve. Suas principais atrações são a Torre de Petřín (Petřínská rozhledna), que lembra uma Torre Eiffel miniaturizada, e o funicular (Petřín funicular), construído em 1891, que liga o topo da colina ao bairro Malá Strana.

Torre de Petřín

Torre de Petřín

Pode-se subir ao topo da torre, mas encarar aquela escadaria espiralada era tudo o que menos queríamos. A vista lá de cima é certamente espetacular, mas preferimos poupar nossas canelinhas.

Catedral de São Lourenço (Kostel svatého Vavřince), em Petřín

Catedral de São Lourenço (Kostel svatého Vavřince), em Petřín

Jovem faz rolo de neve, em Petřín

Jovem faz rolo de neve, em Petřín

Depois de circularmos um pouco por ali, resolvemos descer o morro. Nosso meio de transporte seria o funicular, mas estava fechado. Começou a bater um pequeno desespero, pois quase não tinha gente por perto para nos informar sobre como voltar à cidade. A escadaria coberta de neve estava fora de cogitação, porque, além de perigosa, era um caminho interminável. Finalmente, encontramos um policial, que enrolou um inglês tenebroso. Não entendemos nada, mas ele apontou para uma rua deserta, para a qual seguimos. A rua chama-se Strahovská, que circunda Petřín e Strahov até a entrada principal deste monastério. Descemos a ladeira junto de um grupo de turistas americanos que encontramos pelo caminho, o que nos deixava mais seguro, mesmo que não tivéssemos nos apresentado ou dito uma palavra. Já viu cachorro quando encontra um estranho pela rua e vai atrás do sujeito indefinidamente? Pois é, éramos três cachorros perdidos.

Finalmente, chegamos a um ponto que reconhecemos: a rua Pohořelec. Ali pegamos o tram 22 no sentido Nádraží Hostivař, cruzamos o Malá Strana e descemos na ponte Most Legií, de frente para o belíssimo Teatro Nacional (Národní divadlo). Caminhamos margeando o Moldava pela via Masarykovo nábřeží até a Casa Dançante (Tančící dům), um prédio construído em 1996, no local onde havia um edifício que foi destruído durante o Bombardeio de Praga, em 1945.

Rio Moldava

Via Masarykovo nábřeží às margens do Rio Moldava

Casa Dançante

Casa Dançante

Originalmente chamado de Fred e Ginger, em homenagem aos astros dançarinos Fred Astaire e Ginger Rogers, o edifício possui curvas sinuosas e distorcidas, que dão a impressão de que a construção está em movimento, propriamente dançando. Seu estilo poderia ser uma afronta ao padrão arquitetônico de Praga, conforme muitos devem ter considerado. Contudo, na minha opinião de leigo, não afetou em nada a beleza da cidade.

Aquela foi nossa última atração do dia. Depois de uma certa discussão entre pegar o metrô ou fazer o trajeto a pé até o hotel, optamos pela segunda opção. Embora estivéssemos cansados e com frio, preferimos ser fiéis ao nosso argumento de que ir a pé é a melhor forma de se conhecer a cidade e seus habitantes. A caminhada durou 25 longos, porém belos minutos.

Edifício da rua Rytířská, próximo ao hotel

Edifício da rua Rytířská, próximo ao hotel

Naquela noite, encontraríamos com nossos amigos Janaína e Lars, que moram na Suécia. Praga foi o local escolhido para matar as saudades e passar alguns dias juntos. Marcamos pelo Facebook (quanta responsabilidade!) de buscá-los para ir jantar. Segundo a Jana, o lugar em que ficariam hospedados era pertinho do nosso hotel. Antes de sair, conferimos no mapa e descobrimos que o hotel deles ficava bem ao lado da Casa Dançante. Afe! Para lá fomos. Ou voltamos! E de metrô.

Depois de muito abraço, riso alto e tudo o que tínhamos direito, escolhemos um restaurante ali ao lado para brindar nosso encontro. O estabelecimento chama-se U Matějíčků. A comida estava ótima, os preços eram excelentes e fomos atendidos por um garçom muito bacana. Que noite!

Clarice, Janaína, Lars e Élcio, no restaurante U Matějíčků

Clarice, Janaína, Lars e Élcio, no restaurante U Matějíčků

Costelinha servida no restaurante U Matějíčků

Costelinha servida no restaurante U Matějíčků

QUARTO DIA – quarta-feira

ATRAÇÃO  |  AVALIAÇÃO  |  CUSTO*
Castelo de Praga (complexo) | :-) :-) :-) :-) :-)  |  grátis
Catedral de São Vito (complexo do Castelo de Praga) | :-) :-) :-) :-) :-) | $$$$ (bilhete integral)**
Palácio Real (complexo do Castelo de Praga) | :-) :-) :-) :-) :-)  | $$$$ (bilhete integral)**
Troca da guarda de honra do Castelo de Praga | :-) :-) :-) | grátis

Mirante da Praça do Castelo | :-) :-) :-) :-) :-)  | grátis
Basílica de São Jorge (complexo do Castelo de Praga) | :-) :-) :-) :-)  | $$$$ (bilhete integral)**
Torre de Pólvora (complexo do Castelo de Praga) | :-) :-) | $$$$ (bilhete integral)**
Viela Dourada (complexo do Castelo de Praga) :-) :-) :-) :-) | $$$$ (bilhete integral)**
Caminhada pelo Malá Strana | :-) :-) :-)  | grátis

Ponte Carlos (segunda visita) | :-) :-) :-) :-) :-)  | grátis
Praça da Cidade Velha (segunda visita) | :-) :-) :-) :-) :-)  | grátis
*(Em reais) 5 – 15: $ \ 16 – 25: $$ \ 26 – 35: $$$ \ 36 – 45: $$$$ \ acima de 45: $$$$$

** No castelo de Praga adquirimos o bilhete integral (full admission), que dava direito à quase todas as atrações do complexo.

Dia de sol em Praga! O frio já havia nos castigado um bocado. Que viesse um pouco de sol, então.

Dia ensolarado na Praça da Cidade Velha. Catedral de São Nicolau no detalhe

Dia ensolarado na Praça da Cidade Velha. Catedral de São Nicolau no detalhe

Nossa primeira atração naquele dia seria o Castelo de Praga (Pražský hrad). Marcamos de nos encontrar com a Jana e o Lars na estação Staroměstská, onde pegamos o metrô até a Malostranská. Como no dia anterior, desembarcamos nesta última estação e pegamos o tram 22 no sentido Bílá Hora até o ponto do próprio castelo, na rua Mariánské hradby.

Painel no da estação de metrô Staroměstská

Painel no da estação de metrô Staroměstská

O Castelo de Praga é a principal atração da cidade. Ocupa uma área com mais de 72.500 m², sendo considerado, pelo Guinnes, o maior castelo do mundo. Foi fundado no século IX, e na antiguidade era habitado pelos reis da Boêmia. Hoje, é a residência presidencial. Seu complexo abriga a Catedral de São Vito (Katedrála svatého Víta), o Antigo Palácio Real (Starý královský palác), a Torre Dalibor (Daliborka), a Basílica de São Jorge (Bazilika a klášter svatého Jiří), o Palácio Lobkowicz (Lobkowiczký palác), a Viela Dourada (Zlatá ulička) e a Torre de Pólvora (Mihulka). É muita coisa a ser visitada!

Soldado da Guarda Real, na entrada do Castelo de Praga

Soldado da guarda de honra na entrada do Castelo de Praga

O bilhete para o castelo é vendido em combos. Escolhemos o tipo full admition, que, como o próprio nome diz, dá direito a todas as atrações do castelo. Mas, como toda prática turística oportunista em Praga, o full admition não era completamente full. As entradas em algumas das atrações deveriam ser pagas separadamente, o que nos irritava bastante. Por que raios fazem isso? Por que não cobram por um bilhete completo? Enfim, coisas de tcheco.

Pátio do Castelo de Praga

Pátio do Castelo de Praga

Nossa primeira visita no castelo foi à espetacular Catedral de São Vito. Sua construção, no estilo gótico, iniciou-se em 1344, sendo interrompida no século XV e finalizada somente em 1929. Por fora é maravilhosa, e por dentro não é diferente. Pode ser vista de longe, dominando imponentemente o horizonte de Praga.

Catedral de São Vito

Catedral de São Vito

Da catedral, passeamos um pouco pelos pátios do castelo, fomos ao banheiro – tivemos que pagar por isso, é claro – e seguimos para o Antigo Palácio Real. Na minha opinião, a parte alta da visita ao palácio é a sala onde, no dia 23 de maio de 1618, aconteceu a Defenestração de Praga. Dali, os boêmios jogaram pela janela os representantes do rei Fernando II, episódio que deu início à Guerra dos Trinta Anos. Diz-se que os Habsburgo caíram em cima de um monte de esterco e sobreviveram para contar. Ficaram na merda!

No palácio, também destacam-se o imenso Salão de Vladislav (Vladislavský sál), local utilizado para eventos públicos promovidos pela monarquia da Boêmia, e a Sala Nova (Místnost Nových), que contém os livros oficiais do Tribunal de Justiça, onde paredes e tetos são adornados pelos brasões da nobreza.

Salão de Vladislav

Salão de Vladislav

Sala Nova

Sala Nova

Todos os dias, de meia em meia hora, acontece a troca da guarda de honra do castelo. Mas é ao meio-dia em que ocorre a cerimônia mais completa. Pouco antes desse horário, dirigimo-nos ao portão principal, conseguimos um lugar bem na grade e presenciamos a troca de perto.

Cerimônia da troca da guarda de honra do Castelo de Praga

Cerimônia da troca da guarda de honra do Castelo de Praga

Embora o evento ostente uma certa pompa, achei os soldados meio borocoxôs. Enquanto o líder bradava altas coisas, uns estavam de olhos fechados e outros meio distraídos. Mas foi bacana, mesmo assim. Além do mais, imagine fazer a mesma coisa todos os dias, repetidamente…

Após assistir a troca da guarda, demos uma pausa para almoçar. Comemos em um restaurante há poucos metros abaixo do tosco Ve Staré Radnici, que tivemos o desprazer de frequentar no dia anterior. Para nosso azar, esse novo estabelecimento parecia possuir o mesmo padrão de cardápio, de atendimento e de tudo mais que um turista do bem NÃO merece. Concluímos que a espelunca bem aparentada também pertencia ao proprietário do Ve Staré Radnici. Só descobrimos isso na hora em que fomos embora, inevitavelmente insatisfeitos, assim como os outros clientes, que reclamavam em voz alta.

Após o almoço, retornamos ao castelo. Antes de entrar, fomos àquele mirante que visitamos no dia anterior, localizado na Praça do Castelo. Ao contrário da outra visita, o céu estava azul e o branco da neve deu lugar ao vermelho terracota dos telhados. Mais uma vez, visualizar Praga era um espetáculo! Não sei como os tchecos ainda não começaram a cobrar por essa vista.

Praga vista do mirante da Praça do Castelo

Praga vista do mirante da Praça do Castelo. Destaque para a Ponte Carlos

Praga vista do mirante da Praça do Castelo

Praga vista do mirante da Praça do Castelo

Depois de encher os olhos com aquele panorama espetacular, entramos para visitar a Basílica de São Jorge, a igreja mais antiga dentro dos muros do castelo. Datada do século X, sua construção é no estilo românico e está muitíssimo bem preservada. Logo ao lado, está o monastério de mesmo nome. Não me lembro exatamente o porquê de não o termos visitado. Acho que era uma daquelas atrações que se cobrava à parte.

Basílica de São Jorge

Basílica de São Jorge

Da basílica seguimos para a Torre de Pólvora. É importante não confundir essa torre com a outra homônima, em que estivemos no primeiro dia da nossa viagem. A do Castelo de Praga foi construída por razões de defesa, mas, ao longo dos séculos, foi sendo utilizada para outros propósitos como a atividade alquimista de tentar converter metais básicos em ouro. Santa ambição! Boa sorte aos químicos! Hoje, a torre abriga um museu da história militar tcheca.

Da Torre de Pólvora rumamos para a Viela Dourada, uma ruazinha charmosíssima construída no século XVI para alojar os guardas e artilheiros do castelo. Seu atual nome se deve aos ourives que passaram a morar ali no século XVII. No século XIX, já decadente e deteriorada, a área foi ocupada por pobres e marginais. Mais tarde, entre 1916 e 1917, o escritor Franz Kafka viveu na casinha de número 22. Marketing de artista.

Viela Dourada. Franz Kafka morou na casa de número 22 (casa azul)

Viela Dourada. Franz Kafka morou na casa de número 22 (casa azul)

Abrindo um parêntese, enquanto estávamos em Praga, toda a Itália adulta vivia um momento de muita euforia, em que pais e professores, num sentimento de liberdade e de isenção de responsabilidade paternal e/ou maternal, esbaldavam-se em muita festa, bebida, sexo e rock n’ roll. Isso porque esses adultos enviaram TODOS os adolescentes italianos para passar uns dias em Praga. A Viela Dourada e todas as atrações da cidade estavam abarrotadas deles! E os jovens italianos são inconfundíveis: falam alto ou gritam, furam filas, fumam em ambientes fechados, sentam-se pelo caminho, saem esbarrando em tudo e em todos. Sempre em bandos. Imagine um jovem brasileiro com modos exagerados e mais dinheiro. O adolescente italiano é assim. Mas não tem quem não os adore.

Já estava ficando tarde e não conseguimos visitar todas as atrações do castelo. Não administramos bem nosso tempo e muita coisa já havia encerrado suas atividades, mas mesmo assim o passeio foi bem proveitoso.

No mirante da via Jiřská, Castelo de Praga

No mirante da via Jiřská, Castelo de Praga

Dica - Fui e Vou Voltar - Alessandro PaivaQuando você visitar o Castelo de Praga, amigo turista, planeje bem seu roteiro. Sugiro que você compre o ingresso full admission, que, embora tenha o valor mais alto entre os outros combos, não custa caro e dá direito a quase todas as atrações. E não se esqueça de conferir os horários de funcionamento: de 1º de abril a 31 de outubro, o complexo do castelo funciona das 5h às 24h. Nesta temporada, algumas atrações ficam abertas das 9h às 17h e outras das 10h às 18h. Já no restante do ano, o complexo funciona das 6h às 23h, e suas atrações das 9h às 16h e das 10h às 17h. Clique aqui e confira essas e outras informações com mais detalhes.

Deixamos Castelo de Praga e caminhamos pelo Malá Strana. Passamos pela Praça da Torre Lesser (Malostranské náměstí), descansamos um pouco em uma cafeteria local e, em seguida, nos dirigirmos à Ponte Carlos, que a Jana e o Lars ainda não haviam visitado. Para nós três, que tínhamos estado naquela ponte dois dias antes, não foi esforço nenhum. Visitar a bela Karlův most várias vezes nunca é demais.

Praça da Torre Lesser

Malá Strana (via Instagram)

Malá Strana (via Instagram)

Malá Strana (via Instagram)

Ponte Carlos

Ponte Carlos

Cadeados dos enamorados, na Ponte Carlos

Cadeados dos enamorados, na Ponte Carlos

Canal visto da Ponte Carlos

Canal visto da Ponte Carlos

Atravessamos o Moldava e terminamos nosso roteiro na Praça da Cidade Velha. Assim como a visita repetida à Ponte Carlos, o retorno àquela praça deveria ser obrigatório. Todo turista em Praga tem o dever de se esbaldar nas guloseimas ali vendidas e o direito de se encantar várias vezes com o espetáculo do Relógio Astronômico.

Igreja de São Nicolau, na Praça da CIdade Velha

Catedral de São Nicolau, na Praça da CIdade Velha

Praça da Cidade Velha. Destaque para a Nossa Senhora de Týn

Praça da Cidade Velha. Destaque para a Nossa Senhora de Týn

À noite, deixamos os suecos a sós para que curtissem uma outra programação: naquele dia, comemorariam um ano de casamento. Sem a companhia do casal, fomos ao Zebra Asian Noodle Bar, um restaurante asiático excelente, próximo ao hotel, na esquina das ruas Melantrichova e Havelská. Ok, sei que deveríamos ter experimentado um restaurante tipicamente tcheco, mas aquele estava bem atraente e barato.

Após o jantar, a Clarice disse que estava cansada e que iria retornar ao hotel (matar as saudades do marido pelo Skype). Então, éramos só eu e o Élcio. Como chovia um bocado, não tínhamos muita opção, senão fazer algo nas proximidades. Passamos no Čili Bar, que fica na rua Kožná, n.º 8. O bar é minúsculo, mas superlegal. Havia inclusive uma bandeira do Brasil solitária no balcão. Segundo o proprietário, era por causa de um amigo brasileiro que ele gosta muito. O Élcio tomou uma cerveja, e eu um coquetel. Poderíamos passar a noite no Čili Bar, mas lá dentro é permitido fumar. Já contei que o tcheco fuma muito, e que o faz inclusive em locais fechados, especialmente em bares? Pois é. A música estava ótima, as pessoas eram interessantes e tudo mais nos agradava, menos a fumaça. Ficar ali dentro estava impraticável! Deixamos o local, passeamos mais um pouco pela chuva e voltamos para o hotel.

QUINTO DIA – quinta-feira

ATRAÇÃO  |  AVALIAÇÃO  |  CUSTO*
Viagem à cidade de Kutná Hora  |  :-) :-) :-) :-) :-)  |  $$$$$
Cervejaria U Fleků | :-) :-) :-) :-) |  $$$$**
*(Em reais) 5 – 15: $ \ 16 – 25: $$ \ 26 – 35: $$$ \ 36 – 45: $$$$ \ acima de 45: $$$$$
**
Cervejas e petiscos

Começamos o dia em uma excursão à cidade de Kutná Hora, localizada na região da Boêmia Central. A viagem teve início às 11h, e passamos a tarde por lá. Valeu muito a pena! Clique aqui e confira como foi esse nosso passeio.

Retornamos de Kutná Hora e descansamos um bocado. À noite, sairíamos para curtir um pouco mais a companhia da Jana e do Lars, que retornariam à Suécia na tarde do dia seguinte.

Em Praga, eu já vinha bebendo umas cervejas, conforme orientação do meu amigo cervejeiro André. São todas excelentes. Melhor ainda são os preços. Por isso, posso dizer que, num rol de três coisa que Praga tem de bom, a cerveja é uma delas. Ô povo feliz! Com isso, seria um pecado não frequentarmos uma cervejaria ou um pub mais tradicional da cidade. Para aquela noite, pedi sugestão de bares ao recepcionista do hotel, que pontuou vários locais bem interessantes. De suas indicações, escolhemos a cervejaria mais antiga da República Tcheca: a U Fleků, em funcionamento desde 1499. É a única cervejaria da Europa Central em atividade por mais de 500 anos seguidos. Os comunistas até chegaram a nacionalizar a empresa, mas, com a queda do regime, a U Fleků retornou aos donos originais, a família Brtník, em 1991.

Lars, Jana, eu e Clarice, tomando uma Flekovská třináctka, no U Fleků

Lars, Jana, eu e Clarice, tomando uma Flekovská třináctka, no U Fleků (via Instagram)

A U Fleků, localizada na rua Křemencova 11, é composta pela fábrica, que produz apenas um tipo de cerveja, e pelo restaurante anexado. Os preços são muito bons, assim como sua única cerveja, a Flekovská třináctka (Flek Treze), uma lager escura com 5% de teor alcoólico ABV, fabricada a 13° na escala Plato. Naquela noite, procuramos maneirar nos goles, pois tínhamos confundido a informação, entendendo que a cerveja possuía 13% de teor alcoólico. Bem que notei a Clarice lucidíssima, mesmo após três canecos de 400 ml.

A noite no U Fleků foi ótima! Quando deixamos o estabelecimento, percebemos que a Křemencova e suas imediações possuíam bares e restaurantes bem atraentes. Nossa noite do dia seguinte estava garantida!

SEXTO DIA – sexta-feira

ATRAÇÃO  |  AVALIAÇÃO  |  CUSTO*
Vyšehrad  |  :-) :-) :-) :-) :-)  |  grátis
Praça Palacky | :-) :-) :-) |  grátis
Praça Venceslau para compras :-) :-) :-) :-) :-)  |  grátis
Museu do Comunismo (visitado somente pelo Élcio) | :-) :-) :-) :-)  | $$
Feira Havelské tržiště |  :-) :-) :-)  |  grátis
Noite na rua Křemencova (bares e restaurantes) | :-) :-) :-) :-)  
Švejk Restaurant | :-) :-) :-) :-) |  $$$$**
*(Em reais) 5 – 15: $ \ 16 – 25: $$ \ 26 – 35: $$$ \ 36 – 45: $$$$ \ acima de 45: $$$$$

** Jantar e bebidas

Começamos o dia com um passeio por Vyšehrad, uma fortificação construída provavelmente no século X, sobre uma montanha às margens do Moldava. Antes de ir lá, ouvi dizer que é uma atração para se visitar durante os dias mais quentes, porque os ventos tornam o lugar insuportável. Sinceramente, não tem nada disso. Fazia muito frio sim, mas isso não atrapalhou nem um pouco. Vyšehrad é um local muito bonito, e a vista de lá é espetacular. Além do mais, como não visitar uma atração gratuita?! Pagamos zero coroas tchecas para entrar!

Vyšehrad

Vyšehrad

Rio Moldava visto de Vyšehrad

Rio Moldava visto de Vyšehrad. Castelo de Praga ao fundo

Ponte ferroviária (Železniční most) vista de Vyšehrad

Ponte ferroviária (Železniční most) vista de Vyšehrad

Na fortificação, estão localizados a Basílica de São Pedro e São Paulo (Kapitulní chrám svatého Petra a Pavla) e o Cemitério de Vyšehrad (Vyšehradského hřbitov), onde foram sepultadas personalidades importantes da história tcheca como o jornalista, poeta e escritor Jan Neruda e o artista Alphonse Mucha. A propósito, Pablo Neruda nunca foi parente de Jan Neruda. Nosso poeta chileno apenas adotou esse pseudônimo na sua adolescência, inspirado no escritor tcheco. Seu nome real era Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Com uma alcunha dessas, até eu arrumaria um pseudônimo.

Vyšehrad. Basílica de São Pedro e São Paulo ao fundo

Vyšehrad. Basílica de São Pedro e São Paulo ao fundo

Basílica de São Pedro e São Paulo, em Vyšehrad

Basílica de São Pedro e São Paulo, em Vyšehrad

Cemitério de Vyšehrad

Cemitério de Vyšehrad

Em Vyšehrad também está situada a construção sobrevivente mais antiga de Praga, a Rotunda de São Martinho (Rotunda svatého Martina), do século XI.

Rotunda de São Martinho

Rotunda de São Martinho, em Vyšehrad

Escultura do artista Josef Václav Myslbek, em Vyšehrad

Escultura do artista Josef Václav Myslbek, em Vyšehrad

Rio Moldava visto de Vyšehrad

Rio Moldava visto de Vyšehrad

Depois daquela bela visita à fortificação, fomos almoçar ali perto na rua Vyšehradská, num restaurante chamado Cartello Alto Pizzeria. A comida estava boa, os preços eram justos e o atendimento não deixou a desejar. De lá, seguimos em direção ao hotel onde a Jana e o Lars estavam hospedados. Passamos pela Praça Palacky (Palackého náměstí), de onde avistamos o Monastério de Emaús (Emauzský klášter), uma abadia fundada em 1347. O prédio foi tomado pela Gestapo durante a Segunda Guerra Mundial, e seus monges foram enviados para o campo de concentração de Dachau (lugar terrível!). No dia 14 de fevereiro de 1945, o monastério foi quase todo destruído por um bombardeio norte-americano. A reforma de 1960 definiu seu formato atual.

Praça Palacky. Destaque para o Monastério de Emaús

Praça Palacky. Destaque para o Monastério de Emaús

Era hora de nos despedirmos dos amigos suecos. Em poucas horas, eles partiriam de volta para casa. Foi um pouco triste, mas procuro pensar que o mundo é o quintal da minha casa. Praga, Suécia, Brasil, tudo é logo ali. O que a distância separa, o Facebook mantém unido. E que venha nosso próximo encontro, seja pelos lados de lá ou de ou cá.

Eu, a Clarice e o Élcio ainda tínhamos algumas atrações planejadas para aquele dia. Faríamos um cruizeiro de uma hora pelo Moldava a bordo de uma balsa da empresa Parník Tyrš. Embarcaríamos na marginal Rašínovo nábřeží, na altura do número 48, e desembarcaríamos em Dvořákovo nábřeží para uma visita ao Convento de Santa Inês da Boêmia (Klášter svatého Anežky České). Mas deu uma preguiça… Já estávamos supersatisfeitos com tudo o que havíamos visto na cidade. Na verdade, a preguiça foi uma forma inconsciente de sabotar esses passeios em prol das compras, que ainda não havíamos feito desde o nosso primeiro dia na Europa. E olha que já estávamos viajando há 16 dias! Enfim, fomos a alguns shoppings, lojas de souvenirs e feiras de artesanato. Compramos alguns produtos tchecos interessantes e lembrancinhas para os mais chegados. E por falar em feira de artesanato, as de Praga são bem legais. A um quarteirão do hotel onde estávamos hospedados, tem uma excelente, precisamente na rua Havelská esquina com Melantrichova, na Cidade Velha. Chama-se Havelské tržiště, e está em funcionamento continuamente desde 1232! É o mercado mais antigo da cidade. Lá, comprei alguns brinquedos de madeira e uma bruxa típica para minha irmã. E já falei neste post: as bruxas são horrendas, de verruga no nariz, queixo proeminente e risada estridente. Na Havelské tržiště também são vendidos cristais da Boêmia, joias, spa wafers (wafer típico da República Tcheca), mel, livros, porta-velas, ovos decorados, entre outros.

Feira Havelské tržiště, na Cidade Velha

Feira Havelské tržiště, na Cidade Velha

Bruxa típica (via Instagram)

Bruxa típica (via Instagram)

Porta-velas

Porta-velas (via Instagram)

Carrossel de madeira (via Instagram)

Carrossel de madeira (via Instagram)

Carros de madeira (via Instagram)

Carros de madeira (via Instagram)

Ovos decorados (via Instagram)

Ovos decorados (via Instagram)

Infelizmente, em Praga, souvenir não é tão barato. Todo o restante sim, pois comíamos, bebíamos e passeávamos a bons preços, mas lembrancinha não é algo em conta. Sem falar nos cristais da Boêmia, considerados os melhores do mundo. Em cada esquina, tem uma loja deles, impecavelmente trabalhados. A mulherada alucina, e a maridada desespera, pois cristal bom é cristal caro.

Nesse passeio de compras, o Élcio, que não é nada consumista – nada mesmo –, preferiu conhecer o Museu do Comunismo (Muzeum Komunismu), situado próximo à Praça Venceslau, na rua Na příkopě, 852. É uma exposição pequena e particular, então pensei que a curadoria fosse deficiente. Mas não. O Élcio adorou o museu. Visita indicadíssima por ele.

Matrioshka estilizada, em detalhe no cartaz do Museu do Comunismo (via Instagram)

Matrioshka estilizada, em detalhe no cartaz do Museu do Comunismo (via Instagram)

Voltamos ao hotel e ficamos bonitos para ir à Křemencova, rua onde vimos uns bares bem chamativos na noite anterior. Lá, começamos pelo Švejk Restaurant, que fica bem ao lado da cervejaria U Fleků. Fundado em 1897, o Švejk é um restaurante de cozinha tipicamente tcheca, com pratos baratos, deliciosos e enormes. O mobiliário é bem simpático. As cadeiras são decoradas com a logomarca do restaurante, formada pela ilustração da carinha do soldado Švejk, personagem da comédia O Bom Soldado Švejk.

Cadeira decorada com o desenho do soldado Švejk

Cadeira decorada com o desenho do soldado Švejk

Na minha mania, fiz o check-in habitual pelo Foursquare. Na mesma hora, aparece na tela uma premiação, que me dava direito a uma bebida grátis no Švejk. Isso nunca havia acontecido. Eu nem sabia que era possível!

Dica - Fui e Vou Voltar - Alessandro PaivaPortanto, amigo turista, não se acanhe. Não ligue para aqueles que criticam você por fazer check-in onde quer que frequente. A qualquer momento, você poderá ser premiado. Eu fui! Na tela do Foursquare onde aparecia minha premiação, havia um texto me instruindo a mostrá-la ao garçom. Assim o fiz e ganhei meu refrigerante. Poderia ter sido uma cerveja, mas isso eu estava deixando para depois da janta.

Satisfeitíssimos com o Švejk, deixamos o restaurante e andamos um quarteirão até um pub chamado U Matĕje. Assim como o Čili Bar, que visitamos no nosso quarto dia em Praga, esse pub era muito bacana, não fossem os fumantes que nublavam o local. Pelo menos, ficar lá dentro era suportável. Fiz check-in no Foursquare, e advinha! Não ganhei nada. Era querer demais. Haja luz! Mesmo assim, nos divertimos bastante.

Despedindo de Praga no pub U Matĕje

Despedindo de Praga no pub U Matĕje

Embora tivéssemos rondado os outros estabelecimentos da Křemencova, não me lembro de ter entrado em outro lugar (juro que estava sóbrio!). Só sei que voltamos a pé para o hotel, numa caminhada de 25 minutos. Era nossa última noite na cidade, então preferimos nos despedir com uma belíssima caminhada noturna.

Na manhã seguinte, partiríamos para Amsterdam. Honestamente, não estávamos muito tristes por deixar Praga. Aquele foi um passeio espetacular, mas lembrar de boa parte do tratamento que recebemos dos tchecos não era motivador. Preferi até não falar muito disso aqui no blog, porque poderia soar como melindre de brasileiro que murcha o focinho para falar do tamanho da boca do jacaré. Tentamos várias vezes absorver isso por um viés cultural, mas a grosseria nos deixou uma impressão negativa. Estávamos aliviados em ir para os Países Baixos, porque sabíamos que os holandeses seriam extremamente corteses. Porém, poucas semanas depois, arrependemos de pensar dessa maneira. Eu, pelo menos, já havia enterrado o ressentimento em relação aos tchecos. Na verdade, estava era sentindo saudades! Maltrata que eu gosto! E imagine que, ao sair de Praga, eu estava certo que o título deste post seria “Praga: fui, mas não sei se quero voltar“. Que patético! Enfim, a capital da República Tcheca é destino certo no meu futuro. Que os tchecos me maltratem, desde que me sirvam muita comida típica, trdelník e cerveja.

Fui e vou voltar - Alessandro Paiva

contato@fuievouvoltar.com

Sobre Alessandro Paiva

A graphic designer who loves cocktail and travelling. Check my cocktail blog at pourmesamis.com, my travelling blog at fuievouvoltar.com and my graphic design portfolio at www.alessandropaiva.com.

Um Comentário

  1. Gerson

    Valeu Alessandro por mais um belo relato, já sei o que fazer em Praga no próximo mês.

    Gerson

  2. Ana Paula Mello

    Parabens vcs sabem viajar, curtir a vida literalmente alem das lindas fotos nos ensinam com essas super dicas. Abracos

  3. Fala meu Xará! Suas fotos estão simplesmente sensacionais…
    Quando estive em Praga também passei muito frio, pq choveu praticamente todos os dias, mas acho que eu ia adorar ver a cidade coberta de neve. Pelas suas fotos o visual parece ser ainda mais bonito.
    Minhas fotos em Praga são todas com capa de chuva e céu cinza, com exceção de uns 2 dias…
    Já estes telhados salpicados de branco das suas fotos estão lindíssimos! Mas vc deve ter passado um perrengue brabo, mas te rendeu ótimas fotos, hehehe.

    Engraçados seus comentários sobre a “gentileza” tcheca… Também achei o povo de lá meio grosseiro, mas não fui maltratado em lugar nenhum. E olha q a cidade estava infestada de italianos (era abril, perto da Páscoa), com akele jeito discreto q vc conhece bem…
    Acho q o frio afeta o humor das pessoas. Ou talvez seja pq eu estava apenas com minha irma e as pessoas costumam tratar casais com mais cortesia… Não sei, talvez tenha sido apenas sorte…

    Grande abraço,
    Alessandro Batalha

    • Alessandro Paiva

      Ué?! Estivemos lá quase ao mesmo tempo! Fui embora uma semana antes de vocês! Era italiano por todo lado! Nunca vi tantos reunidos! Pegamos neve, pouquinha chuva, dia de sol e SEMPRE MUITO FRIO! Mas morro de saudades de lá, rsrsrs! Mesmo tendo recebido um tratamento vip (viajante insultado em Praga). Quando você irá postar sobre lá?

      Abraço!

      • Na verdade eu estive em Praga em abril de 2012… Por isso não peguei neve como vcs, mas peguei muita chuva e frio.
        Em março deste ano, enquanto vcs estavam em Praga eu provavelmente estava na Itália ou Espanha.

        Não sei qual é a dos italianos em Praga, mas parece que eles estão por todo o lado! E faziam uma algazarra danada…

  4. Fiquei com ainda mais vontade de conhecer Praga! hahah
    Adorei o modo como você escreve, retrata as viagens e me apaixonei pelas suas fotos!
    Que continue assim!
    Abraaaaço!

  5. Helder Alves

    Estive em Praga 1 semana em Outubro de 2012 e adorei tanto que regressei mais uma semana em Outubro em 2013. Que cidade mais encantadora, apanhei neve e graus negativos que dá uma imagem única e perfeita à cidade. Poder passear com segurança, conhecer a cidade de ponta a ponta a pé…só mesmo estando lá é que vemos o quanto a cidade é bela. E fica a promessa de regressar a 3ª vez lá porque quem lá vai, volta diferente. PERFEITO

    Cumprimentos
    Helder Alves – Açores (Portugal)

    • Alessandro Paiva

      Oi Helder! Praga é realmente encantadora. Parece um cenário de histórias medievais, com direito a bruxas, fadas, magos etc. Também pretendo voltar, só não sei quando. Adorei as cervejas de lá.

      Abraço!

  6. cris asperti

    Depois de ler seu blog de Berlim achei o de Praga q eu já tinha visitado. Adorei. Gostaria de poder ver e escrever com sua clareza. Praga é uma das cidades mais bonitas q eu já visitei. Estou voltando agora. Preciso ser uma turista mais bem informada como vc. Vou aproveitar melhor essa ida. Uma dica q eu li no Lonely Planet e encontrei (depois de muito custo perguntando e andando) foi o Museu da Miniatura. Imagine uma sala só com microscopios onde vc pode ver as minusculas esculturas.: um camelinho dentro do buraco de uma agulha, uma mosquinha na lamina com objetos pendurados em todas as patinhas ( tesoura/…). Assisti tambem no Teatro Municipal um concerto lindo de Dvorak e Smetana. O teatro é um exemplo de arquitetura art noveau maravilhoso. Fiz um pequeno tour dentro que valeu. Vou ler e reler o que vc escreveu aqui antes de ir. Thanks!

    • Alessandro Paiva

      Que legal esse museu da miniatura, hem, Cris! Ouvi falar dele, mas achei que não fosse interessante. Estou vendo que me enganei, rsrs! É bom que dá mais vontade ainda de voltar a Praga. Fica dada a sua dica, então. E muito obrigado pelos comentários. Grande abraço!

  7. Genalvo Herbert Cavalcante Barbosa

    Excelente relato, ajudou a me programar para viajar em Junho de 2014. Faltou o BLACK THEATRE . Reservei pela Internet dia 17/06/2014 o show AFRIKANIA.
    Genalvo Herbert Cavalcante Barbosa

    • Alessandro Paiva

      Ah, bacana, hem, Genalvo! Não conhecia o Black Theatre. E reservar espetáculos com certa antecedência é uma dica que esqueci de dar. Fica sua dica, então. Grande abraço, muito obrigado e uma ótima viagem!

    • Alessandro Paiva

      Não, Ramessés.

    • Ramessés César

      Genalvo Herbert Cavalcante Barbosa, vc estudou na EFOM? Entre em contato.

  8. Genalvo Herbert Cavalcante Barbosa

    Outra dica: reservei cadeiras (bem na frente) Teatro Nacional, ópera ENCHANTIA, da 20 de junho, 19:00h. Casal saiu por R$ 250,00. NOTA DEZ o espetáculo. Depois informo o site, que dá opção de escolha de lugar.

    • Alessandro Paiva

      Ué!! Eu achava que era muito mais caro. Bem em conta, hem?! Passa a dica depois. No mais, ir ao teatro uma das atrações mais bacanas em Praga. Só é preciso planejar e comprar antecipado, como você fez. Estive em Viena em março, e, para esse ano, já estava tudo esgotado. O próprio vienense ama ir ao teatro, seja para ópera ou balé.

  9. Stéphanie

    Ai que saudades de Pragaaaaaaaaaaaaa!!! kkkkkkkkkkkkkk..
    Eu fui no verão, julho de 2010, mesmo assim estava nublado e chuviscando. Poxa vida, faz muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito tempo, estou ansiosa para ir novamente pois passei poucos dias =[
    Eu não lembro do tratamento recebido lá. Antes de ir a Praga, passei uma semana numa cidade do interior, Jedovnice, e fiz um bate e volta a Brno, mas não lembro de grosserias, Lembro de ter encontrado poucas pessoas falando inglês (muito deferente de Viena, onde tinha estado antes), o que dificultou nossa andada pois alguns lugares não tinham cardápio em inglês e quase tivemos que passar a noite pelas ruas de Brno pois não sabíamos onde pegar o ônibus de volta..kkkkkkkkkk
    Viajar é tudo de bom, né?! Gosto demais!!! hahahahhahahaha…
    Não conheço ninguém que tenha ido à Praga e não tenha gostado. Sempre ouço: “tô louco pra voltar!” “A cidade é única” “É linda” etc etc etc

    Tudo de bom, Alessandro! Boa viagem sempre!!
    Abraço!

    • Alessandro Paiva

      Acho que estávamos muito sensíveis, rsrsrs! A cada esquina, levávamos uma tirada. Mas sei que é bobagem preocupar com isso. Tivemos azar com os tchecos, e mesmo assim estou louco pra voltar lá, rsrs! Boa viagem sempre pra você também, Stéphanie!

      • Stéphanie

        Acabei de me lembrar de um motorista de ônibus. Caramba, o cara foi muito grosso. kkkkk… E o bom que ele me deu uma bronca em tcheco, entendi tudo, né?! kkkkkkkkkkkkkkkk….
        Não vale a pena esquentar com isso mesmo não. A cidade continua linda do mesmo jeito. Rs 😉
        Além disso, no Brasil também tem um povo difícil de engolir. Nossa Senhora… Haja paciência…

      • Alessandro Paiva

        Pois é! Agora estou em Varsóvia. Os poloneses são um doce de pessoa.

  10. Thaís goulart

    Hahahah praga é linda, mas tb tivemos muito azar na cidade! Uma série de acontecimentos num determinado dia, que até meu marido, super cético, falou: não é possível… Estamos no lugar errado na hora errada! Rsrsrs até o pneu do táxi furar no caminho pro aeroporto rumo a Amsterdã furou! Mas um dia eu volto! Mas por enquanto não! Hahahahah

    • Alessandro Paiva

      Aff, Thaís! Sei o que é isso, rsrs! Mas não posso deixar de dizer que não vejo a hora de voltar a Praga. Muito obrigado pela visita ao blog! Abraço e boa sorte nos próximos destinos 🙂

  11. gabriela

    não aguento mais de rir com seus relatos! passei por aqui atras de informações sobre o leste europeu e ainda ganho de brinde umas boas gargalhadas! muito obrigada! seu blog é ótimo (o mais completo que achei na internet), super informativo, criativo e original! com certeza vai me ajudar muito! abs

  12. carlos

    Muito bom o seu relato, irei para lá no período mais frio (tô lascado) e queria saber quanto eu preciso levar de grana sabe. Irei com a minha esposa e passaremos 7 dias e umas voltinhas pela região (Alemanha e Austría), mas queria saber quanto eu preciso pra ficar somente em praga de forma bem confortável. Já estou com hotel e aéreo para Praga. Agradeço a sua ajuda

    • Alessandro Paiva

      Oi, Carlos! Muito obrigado pelo comentário! Geralmente, sugiro de 70 a 100 euros por dia para gastar com alimentação, ingressos e transporte. Souvenirs, passeios especiais (excursões longas) e outros excessos devem ser contabilizados à parte. Praga é uma cidade barata. Berlim, tirando o transporte público, também é barata. Já a Áustria é cara. Para todos esses lugares, sugiro os 70-100 euros. Lembrando que não frequento restaurantes badalados, senão esse valor teria que subir um pouco. Em Praga, por exemplo, teve dia em que gastei 60 euros.

      Abraço e ótima viagem para vocês!

  13. Júlia

    Olá, Alessandro! Pode me dar uma ajuda? Vou em maio para lá, e gostaria de saber se posso comprar lá mesmo os ingressos do Castelo de Praga, do museu judaico e do zoo de Praga. Ou preciso antecipar? Obrigada.

    • Alessandro Paiva

      Oi, Júlia! Maio ainda não é a temporada mais alta, embora a cidade esteja maravilhosa nessa época. Certamente, há mais turistas do que em épocas mais frias, como de dezembro a março. Todos esses ingressos podem ser comprados lá mesmo, só não sei te falar se você enfrentará filas imensas para o Castelo. Eu não peguei fila alguma, porque fui a Praga no finalzinho de março. A cidade estava lotada de estudantes italianos, que eu acredito não aparecerem por lá em maio, rsrsr! Eram muitos grupos de adolescentes que causavam tumulto onde quer que estivéssemos. No entanto, não interferiam no andar das filas, nem mesmo na visita às atrações. Já no museu judaico e no zoológico, você provavelmente não encontrará filas grandes, portanto não vejo problema de comprar na hora. Faz o seguinte: se você tiver com o roteiro fechadinho em relação à visita ao castelo, tente comprar os ingressos por aqui mesmo, assim você se garante. Se não estiver segura dessa compra antecipada, não se preocupe. As filas em Praga não são como as da Capela Sistina. Se demorar muito, não passará de meia hora.

      Abraço e uma excelente viagem, você vai adorar Praga 🙂

  14. Oi, Alessandro! Estou gargalhando com seu post… e confesso que morrendo de medo dos atendentes de Praga. Kkkkk.
    Vamos em outubro e já estou começando a programar os dias por lá! Seu blog foi extremamente útil pra mim. Obrigada!
    Abraços!

    • Alessandro Paiva

      Ou, Julia!! Muito obrigado pelo comentário 🙂 Não se assuste com os atendentes, rsrs! Eu devia estar melindrado. Torço para que você receba o melhor dos tratamentos 🙂 Abraços, uma ótima viagem e aproveite sua estadia na cidade mais bela do mundo!

  15. debora

    Oi,Alessandro!!
    Mais uma vez vou seguir suas dicas certeiras em mais uma viagem!!Conheci seu blog qdo fomos para Istambul e desde então fico torcendo para escolher um lugar que vc já tenha ido!!Eu e meu marido vamos para Praga,Viena e Budapeste em agosto.Mil dúvidas!!Em que região de Praga vcs ficaram?Abração e obrigada!!Provavelmente ainda vou perguntar outras coisas até lá!Bj.

    • Alessandro Paiva

      Oi, Débora! Muito obrigado pelo prestígio ao blog 🙂

      Em praga, ficamos hospedados na Cidade Velha (Staré Město), próximo à Praça Venceslau (Václavské náměstí). É bem central e perto de várias atrações. Na minha opinião, é o melhor lugar para se hospedar na cidade.

      Abraço!!!

  16. Sensacional, como é bom viajar pela Europa! Poderiam me dar dicas, estarei em Praga em setembro, obrigado e tudo de bom para todos!

    • Alessandro Paiva

      Olá, Mário! Muito obrigado! O que eu sei sobre Praga, tentei colocar nesta postagem, mas se você tiver alguma dúvida, é só perguntar, que terei o prazer em ajudar. Abraço e ótima viagem!

  17. Eda Heiderich

    Olá,Alessandro
    Estou viajando para Praga em outubro com meu marido. Vamos ficar em um hotel próximo a praça Venceslau. Ficaremos 4 dias, de lá vamos para Budapest e Amesterdam.
    Minha dúvida é referente ao dinheiro de lá, quanto preciso por dia, e como trocar os Euros quando chegarmos, tanto em Praga como em Budapest.
    Estou adorando os teus roteiros.
    Muito obrigado.

    • Alessandro Paiva

      Oi, Eda! Muito obrigado 🙂

      Por dia, reservo no máximo 100 euros para gastar, mas geralmente não passo dos 70. Destaco que sou um turista “econômico”, mas dou umas extravasadas de vez em quando, rsrs! Seu gasto em Praga dependerá de suas escolhas, como restaurantes baratos ou caros, lanches, teatros e outros tipos de atrações. Se você é como eu, passará dias bem proveitosos com 70 euros. O mesmo para Budapeste.

      Em relação ao câmbio, JAMAIS faça negócio com os cambistas ambulantes de Praga, plantados, principalmente, na Praça Venceslau. Se insistirem, ignore! Vá somente às casa de câmbio, espalhadas pelos principais pontos da cidade. Na Venceslau mesmo tem algumas. Já em Budapeste, não me lembro exatamente onde troquei meu dinheiro, mas não foi complicado. Provavelmente, também há casas de câmbio por toda parte. Olha esse comentário que vi na internet:

      “Acabei de voltar de Budapeste, e vou passar umas dicas sobre as casas de câmbio de lá:
      – A primeira coisa é não trocar no primeiro lugar que ver: o preço varia bastante entre as casas. Para ter uma noção, perto do lugar onde estava hospedado, o valor pago por cada euro variava de 247 até 311 florins.
      – Em geral, eles cobram uma comissão, mas o valor é bem pequeno (no lugar que trocava, era de 0,3%).
      – Várias casas de câmbio aumentam o valor do Florim depois das 18h. Se de dia eles pagavam 310 florins por euro, à noite o valor ia para 270 florins.”

      Como você pode perceber, tanto lá como em Praga, vale uma rápida comparada entre as cotações.

      Grande abraço e ótima viagem para vocês!

Deixe um comentário